O Magazine Luiza pretende aumentar significativamente o investimento em nível de serviço para clientes neste ano, online e no varejo físico, o que inclui ampliar as entregas em prazos de até 48 horas para clientes que moram fora da região metropolitana de São Paulo, disse o presidente-executivo da companhia, Frederico Trajano.
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Para a nova fase de crescimento da Magazine Luiza, o executivo destaca a importância de ampliar a base de oferta de produtos, diminuindo a dependência por itens discricionários (livre de restrições), crucial para aumentar o número de clientes ativos. “Um dos principais objetivos da empresa é aumentar o número de clientes ativos, com taxa de retorno alta, e é difícil ter isso em categorias discricionárias”, disse Trajano à Reuters.
Sem detalhar as novas categorias que estariam no radar da companhia, o executivo afirmou que existem “segmentos de consumo no Brasil com baixa penetração na internet, como moda”.
Para este chamado “novo ciclo” de crescimento, a companhia vai optar por ampliar os investimentos, incluindo em melhoria no atendimento dos clientes e dos vendedores de sua plataforma de comércio eletrônico, o que pode impactar a margem de lucro.
“Vai ser investimento sem destruir valor para acionistas no longo prazo”, disse o executivo em teleconferência com analistas hoje (8). “Embora possa haver ‘trade-offs’ no curto prazo, vamos fazer investimento muito focado, calculamos quanto vamos investir em cada área e vamos passar a implementar mais intensamente a partir deste segundo trimestre e no segundo semestre”, afirmou o executivo sem dar detalhes sobre valores.
De janeiro a março, a empresa investiu R$ 36,4 milhões, incluindo abertura de lojas, reformas, além de tecnologia e logística.
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No período, a varejista iniciou os investimentos para a abertura de mais de 30 novas lojas com inauguração prevista para o segundo trimestre, incluindo em regiões onde ainda não estava presente, como São Luís (MA) e Goiânia (GO). Os novos investimentos incluem ainda a abertura de centros de distribuição para poder encurtar o prazo de entrega.
“Como nosso modelo é de plataforma multicanal, quanto mais lojas eu tenho, mais rápido consigo entregar o produto naquela região… Ao abrir lojas nesses mercados, eu melhoro a disponibilidade e isso ajuda também o comércio eletrônico”, disse Trajano.
O novo ciclo de expansão da rede, centrado em melhoria da qualidade de serviço, acontece em um momento em que rivais do varejo físico, como Via Varejo e Lojas Americanas, mantêm planos de expansão no país, de olho no chamado “omnichannel”, a integração entre o mundo físico e online, na qual um produto comprado pela internet pode ser retirado em loja pelo comprador em um prazo mais curto, por exemplo.
Na semana passada, o diretor-executivo de logística da Via Varejo, Marcelo Lopes, afirmou à Reuters que a empresa está expandindo uma parceria com os Correios para a retirada de mercadorias compradas nos canais online e lojas físicas, com planos de disponibilizar essa modalidade de entrega em todas as agências do país dentro de três a quatro meses, além de introduzir novas opções de transporte como Uber.
Além disso, no início de abril, o diretor financeiro e de relações com investidores da B2W, Fábio Abrate, afirmou à Reuters que a companhia controlada pela Lojas Americanas vai disponibilizar, sem custo até o fim do ano, 105 mil m2 de um centro de distribuição em São Paulo para os vendedores ligados ao seu marketplace.
COMPRA DE STARTUP
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Como parte dos investimentos em melhoria de serviço, a rede de varejo completou na véspera a aquisição da startup de tecnologia logística Logbee, com foco em integrar sua plataforma de entregas de encomendas leves, atualmente concentrada em São Paulo, com as cerca de 1500 transportadoras que trabalham com o Magazine Luiza no país.
Sobre a possibilidade de mais aquisições para acelerar o crescimento com meios digitais ou ampliar a presença física, Trajano disse que a empresa “sempre analisa todas as oportunidades de mercado”. Durante teleconferência com analistas, mais cedo, executivos do Magazine Luiza comentaram que a empresa ainda tem deficiências a serem resolvidas “no universo de pagamentos para preenchermos seja desenvolvendo internamente ou adquirindo startups”.
Para Trajano, no contexto geral do varejo, o setor de comércio eletrônico poderá seguir crescendo dois dígitos por ano nos próximos 10 anos uma vez que a penetração dele no varejo total do país é de cerca de 5%. “Há potencial enorme para crescer no Brasil, inclusive em bem duráveis…E o Magazine Luiza nesse contexto do ecommerce é só de pouco mais de 10%, ainda tem muito espaço para ganho de participação se conseguirmos implementar a melhoria de serviço para clientes, reduzindo tempo de entrega”, disse Trajano.
O Magazine Luiza divulgou na noite da véspera lucro líquido de R$ 147,5 milhões para o primeiro trimestre, um salto de 152% sobre o desempenho obtido um ano antes.
As ações da companhia lideraram as altas do Ibovespa por volta das 14h20, disparando quase 12%, enquanto o índice tinha alta de 0,2%.