O conglomerado Odebrecht garantiu ontem (24) um empréstimo de R$ 2,6 bilhões dos dois maiores bancos privados do país, às vésperas de um possível default em um bônus, disseram duas fontes.
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A Odebrecht e os bancos assinaram contratos de refinanciamento de dívida para confirmar um acordo informal fechado nesta semana. Para finalizar os detalhes do acordo, no entanto, a Odebrecht ainda depende da conclusão da emissão de títulos locais que serão adquiridos pelos bancos.
Nos termos dos contratos, o Itaú Unibanco e o Bradesco acertaram um empréstimo conjunto de R$ 2,6 bilhões para a Odebrecht. O desembolso ocorrerá em duas parcelas, sendo que R$ 1,7 bilhão será liberado imediatamente e o restante vai ser desembolsado em dezembro, disseram as fontes. A Odebrecht não comentou imediatamente sobre o assunto.
A Odebrecht usará parte dos novos recursos para pagar uma dívida de R$ 500 milhões em bônus emitidos pela unidade de construção Odebrecht Engenharia e Construção. Hoje (25) expira o período de carência de 30 dias para o pagamento dos bônus e a empresa está correndo para cumprir os prazos com os credores.
O acordo também concedeu à Odebrecht mais um ano para pagar alguns empréstimos em troca de garantias adicionais prometidas a alguns bancos, disseram as fontes.
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As negociações de refinanciamento envolveram o Bradesco, o Itaú, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil e o Banco Santander Brasil. Embora apenas o Itaú e o Bradesco tenham feito o novo empréstimo, todos os bancos tiveram que concordar que a Odebrecht assumisse mais dívidas e fizesse mudanças nas garantias.
A participação de 38,3% da Odebrecht na petroquímica Braskem servirá como garantia colateral para mais de R$ 10 bilhões em empréstimos, incluindo o novo desembolso.