O dólar terminou o dia (21) em queda ante o real após duas atuações do Banco Central no mercado de câmbio e ainda sob influência do exterior, onde a moeda norte-americana operava em baixa ante divisas de emergentes.
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O dólar recuou 0,51%, a R$ 3,7633 na venda, depois de ter marcado a mínima de R$ 3,7534 e a máxima de R$ 3,8046. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,25%.
“O BC não está deixando a moeda ir além dos R$ 3,80 “, afirmou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti.
Pela manhã, quando o dólar chegou ao patamar de R$ 3,80, a autoridade monetária ofertou e vendeu integralmente 20 mil novos swaps cambiais, equivalentes à venda futura de dólares, o que reduziu o movimento de alta da moeda norte-americana naquele momento.
Durante a tarde, no entanto, o dólar voltou a subir e o BC fez o segundo leilão, com as mesmas condições e resultados do primeiro. Com isso, já injetou o equivalente a US$ 4 bilhões em swaps, do total de US$ 10 bilhões prometido para esta semana.
O BC também realizou leilão de até 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho, vendidos integralmente. Assim, já rolou US$ 6,6 bilhões do total de US$ 8,762 bilhões que vence no mês que vem. Se mantiver e vender esse volume até o final do mês, fará rolagem integral.
Entre os dias 8 e 15 passados, o BC já havia feito leilões de novos swaps, equivalentes a US$ 24,5 bilhões, para tentar acalmar os mercados diante de preocupações com a cena externa e política local, a poucos meses das eleições de outubro.
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“Acho que ele deveria deixar o câmbio flutuar um pouco. Espero que anuncie apenas que vai atuar no mercado cambial quando necessário”, acrescentou Foresti, para quem o efeito surpresa poderia ter mais efeito sobre o mercado.
A opinião é compartilhada por outros especialistas, que avaliam que o mercado esteve mais racional nesta semana e o BC apenas deveria reforçar que seguirá monitorando as condições, sem anunciar previamente o volume das intervenções que pretende fazer.
Durante a sessão, além do exterior, o mercado também monitorou o cenário político doméstico, diante da dificuldade de candidatos que considerem mais comprometidos com o ajuste fiscal de subirem nas pesquisas de intenção de voto.
Outra preocupação era o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode colocar em liberdade o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para o dia 26. Nessa situação, ele seria um forte cabo eleitoral, podendo favorecer a disputa de candidatos que menos agradam a investidores.
No mercado externo, o dólar operava em queda ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes.