O dólar terminou a sessão de hoje (28) em baixa ante o real, acompanhando a trajetória da divisa norte-americana ante a maioria das moedas emergentes no exterior, um dia depois de ter subido mais de 2%, para o maior nível desde o começo do mês.
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A pesquisa de intenção de voto do Ibope, a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), também contribuiu para o recuo, levando a moeda a bater a mínima do dia após sua divulgação.
O dólar recuou 0,51%, a R$ 3,8557 na venda, depois de registrar a mínima de R$ 3,8348. Na véspera, a moeda havia subido 2,04%, para R$ 3,8755. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,05%.
“O dólar caía ante emergentes e os dados mais fracos da economia norte-americana ajudaram a reforçar essa trajetória. Internamente, tivemos ainda a contribuição da pesquisa Ibope, que mostra a esquerda sem força”, justificou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
Nos Estados Unidos, o dólar tinha leves oscilações ante a cesta de moedas e recuava ante a maioria das divisas emergentes e de exportadores de commodities, como o peso mexicano.
A economia norte-americana cresceu 2% no primeiro trimestre deste ano, em dado revisado para baixo da taxa de 2,2% divulgada no mês passado devido ao desempenho mais fraco dos gastos dos consumidores em quase cinco anos.
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Internamente, a pesquisa Ibope mostrou que o pré-candidato do PSL à Presidência, deputado Jair Bolsonaro, lidera a corrida presidencial no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 17% das intenções de voto, mas tecnicamente empatado no limite da margem de erro com Marina Silva (Rede), que registrou 13%.
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) veio a seguir, com 8%, à frente do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), com 6% na pesquisa, que tem margem de erro de 2%, para cima ou para baixo.
“Ciro Gomes, principal fator de risco para o mercado no momento, ficou bem atrás, com 8%, tecnicamente empatado com Geraldo Alckmin. Com esses dois candidatos abocanhando as chances para o segundo turno, o mercado fica com opções sólidas para ter sua agenda de governo assegurada no próximo mandato”, avaliou o economista da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira.
Candidato do PT no cenário sem Lula, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, aparece com apenas 2%.
“Como não trabalhamos com a hipótese de Lula conseguir ser candidato, vemos o PT e o Ciro Gomes fracos na disputa”, destacou Faria Júnior, para quem o ex-presidente, preso em condenação do tríplex do Guarujá, não conseguirá registrar sua candidatura.
A defesa de Lula apresentou uma nova ação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do ministro Edson Fachin de remeter o pedido de liberdade do petista para julgamento no plenário, em vez da Segunda Turma da corte.
O Banco Central não anunciou novas intervenções no mercado cambial para esta sessão. Apenas realizou o último leilão de swaps para rolagem do vencimento de julho, que totalizava US$ 8,762 bilhões, com oferta de 8,03 mil contratos, vendidos integralmente.
Diante dos recentes leilões de novos contratos de swap cambial tradicional, o volume a vencer totaliza US$ 14,023 bilhões em agosto, segundo dados do Banco Central.
Em entrevista para comentar o Relatório Trimestral de Inflação, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, repetiu que a autoridade continuará acompanhando os mercados, dando liquidez e usando diversos instrumentos, se necessário, e que não vê problemas em ir além com os estoques de swaps cambiais.