O dólar encerrou o dia (22) em alta, prevalecendo a cautela de investidores com a cena política local, mesmo após atuação do Banco Central.
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Na semana, a autoridade monetária colocou metade dos US$ 10 bilhões que previa injetar no sistema por meio de leilões de swap cambial tradicional.
O dólar fechou o dia em alta de 0,53%, a R$ 3,7831, depois de ir a R$ 3,7876 na máxima. Na semana, acumulou valorização de 1,42%. O dólar futuro subia cerca de 0,35%.
“O mercado está cauteloso, sensível. Então, qualquer notícia incomoda e o mercado se junta para puxar”, afirmou o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado.
A cena doméstica segue incomodando os investidores, sobretudo as indefinidas eleições de outubro, com as pesquisas de intenção de voto mostrando que os pré-candidatos mais comprometidos com ajuste fiscal e reformas demonstram fraqueza.
Os mercados também estão na expectativa do julgamento pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de novo pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há mais de dois meses por crime de corrupção.
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Os investidores entendem que, solto, Lula pode atuar como importante cabo eleitoral de um candidato que os desagradem.
Em parte do pregão, a moeda caiu, em sintonia com o exterior, em dia de correção após o nervosismo recente em meio às preocupações de guerra comercial nos Estados Unidos.
Entretanto, a ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor sobretaxas de 20% sobre exportações de veículos da União Europeia foi usada de pretexto para os investidores locais comprarem dólar, na contramão do movimento externo.
No fechamento doméstico, o dólar recuava frente a uma cesta de moedas, e também ante divisas de países emergentes, como o peso chileno e mexicano.
O Banco Central chegou a atuar na sessão, injetando US$ 1 bilhão em novos contratos de swap cambial tradicional – equivalente à venda futura de dólares –, mas isso foi insuficiente para conter a alta da moeda.
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Na semana passada, o BC informara que injetaria US$ 10 bilhões em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Mas, com a venda de hoje, só colocou US$ 5 bilhões.
“Se o BC não colocar os US$ 10 bilhões de dólares [que previu que colocaria] até esta sexta-feira, ele vai dar a entender que dará continuidade aos leilões”, avaliou Amado.
O mercado, no entanto, aguardava para saber se haveria alguma nova informação, após o fechamento do mercado, sobre os próximos passos do BC.
Neste pregão, a autoridade também vendeu integralmente 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho. Assim, já rolou US$ 7,04bilhões do total de US$ 8,762 bilhões que vence no mês que vem. Se mantiver e vender esse volume até o final do mês, fará rolagem integral.
A ação mais contundente do BC veio nas últimas semanas diante do movimento de forte aversão ao risco, que chegou a levar o dólar para acima do patamar de R$ 3,90, devido sobretudo à cena política local.