O dólar fechou hoje (26) com pequena alta ante o real, de olho na trajetória da moeda norte-americana ante outras divisas de países emergentes e ligadas a commodities no exterior e tendo como pano de fundo a fiscalização do Banco Central, que pode atuar a qualquer momento no mercado de câmbio.
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A cena eleitoral também esteve no foco dos investidores, a poucos meses das eleições presidenciais de outubro ainda marcadas por incertezas.
O dólar avançou 0,53%, a R$ 3,7980 na venda, após marcar mínima do dia de R$ 3,7623 e máxima de R$ 3,8005. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50% no final da tarde.
“Estamos observando uma dinâmica mais estável [para os ativos de risco], sem novidades relevantes no cenário. Os sinais de fragilidade, contudo, ainda permanecem”, escreveu o chefe de multimercados da gestora Icatu Vanguarda, Dan Kawa.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas, e operava misto ante as divisas de países emergentes, em alta ante o peso mexicano e queda ante o rand sul-africano.
Como pano de fundo, seguiam as preocupações com o recente conflito comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais, especialmente a China.
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Internamente, o BC seguiu monitorando o mercado de câmbio, tendo anunciado para esta sessão apenas a oferta de até 8.800 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para a rolagem dos contratos que vencem em julho.
A autoridade vendeu o lote integral, já rolando US$ 7,920 bilhões do total de US$ 8,762 bilhões que vence no mês que vem. Se mantiver e vender esse volume diariamente até o final do mês, fará a rolagem integral.
Embora tenha anunciado na última sexta-feira (22) a continuidade de suas atuações no mercado de câmbio nesta semana, sem especificar volumes, o BC ainda não fez leilão de novos swaps nestes dois pregões.
Os investidores seguiram cautelosos ainda sobre o cenário político local, após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), remeter para decisão do plenário da corte o julgamento de um recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pede a liberdade do petista, preso desde o início de abril. Lula pode vir a atuar como cabo eleitoral de um candidato que, na visão do mercado, seja menos comprometido com reformas e ajuste fiscal.
O mercado também se incomodou com a decisão da 2ª Turma do STF de soltar o ex-ministro petista José Dirceu, que cumpria pena por condenação a 30 anos e 9 meses de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa na operação Lava Jato.