O uso do jornalismo automatizado, em que artigos são gerados por inteligência artificial, não representa um risco ao trabalho dos jornalistas, disse hoje (6) o presidente executivo da editora alemã Axel Springer, Mathias Doepfner.
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“Isso vai tomar os empregos de jornalistas? O que nós podemos ver é exatamente o oposto. Nós agora podemos fazer coisas que nunca poderíamos pagar nos dias analógicos quando dependíamos apenas de grandes times de jornalistas”, disse Doepfner na conferência de tecnologia NOAH.
Muitas grandes companhias de mídia, incluindo a Thomson Reuters, estão testando o uso de inteligência artificial para automatizar a produção de alguns artigos com muitos dados.
A Axel Springer, editora dos jornais mais vendidos da Alemanha, “Bild” e “Welt”, usa o jornalismo automatizado para cobrir partidas de futebol de ligas alemãs inferiores.
“Nossa oferta é mais ampla, está atraindo mais leitores e não mata os empregos de jornalistas existentes. Está até os estabilizando”, disse Doepfner.
A editora, que gera 80% de seu lucro central de áreas digitais, divulgou um ganho de dois dígitos no primeiro trimestre. A empresa relatou um total de 2.867 jornalistas em 2017, frente a 2.888 em 2016.