O Twitter disse hoje (27) que perdeu 1 milhão de usuários ativos mensais no trimestre passado e alertou que o número observado de perto pode continuar caindo, uma vez que a rede social elimina mais contas falsas, levando as ações a terem a maior queda diária desde 2016.
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A empresa disse que o trabalho que estava fazendo para limpar o Twitter ao eliminar contas automatizadas e spam teve algum impacto nas métricas de usuários no segundo trimestre, e que decidiu priorizar o ataque às contas suspeitas e reduzir o discurso de ódio e outros conteúdos abusivos em detrimento de projetos que poderiam atrair mais usuários.
As alegações de interferência russa na eleição presidencial dos EUA de 2016, ao espalhar conteúdo enganoso ou divisionista nas mídias sociais, tornaram crítica a questão de melhorar o controle sobre contas e conteúdo do Twitter.
A rede social, assim como o seu maior rival Facebook, vem enfrentando pressão de reguladores em vários países para eliminar discursos de ódio, conteúdo abusivo e desinformação, bem como proteger melhor os dados dos usuários e aumentar a transparência nos gastos com propaganda política.
A perspectiva para o número de usuários veio no momento em que o Twitter reportou receita acima do esperado graças à Copa do Mundo da Fifa, aos anúncios em vídeo e ao crescimento da receita publicitária internacional. O rede social também ganha receita com o licenciamento de seus dados.
O trimestre marcou a primeira vez que a receita no exterior contribuiu com a maioria das vendas de anúncios do Twitter.
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A Copa do Mundo trouxe US$ 30 milhões de receita no trimestre. Mas o diretor financeiro da companhia, Ned Segal, disse a analistas que o evento esportivo, que se estendeu ao início do terceiro trimestre, gerou menos receita nas duas últimas semanas.
O Twitter elevou sua previsão de gastos de capital para 2018 e disse que as margens Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustadas no terceiro trimestre devem ficar abaixo das apuradas no segundo trimestre.
As ações do Twitter despencavam mais de 20%, para US$ 34,68 no pregão de hoje, marcando a maior queda em um dia desde 6 de outubro de 2016.
O declínio ecoou o do Facebook ontem (26), quando seus papéis caíram quase 19% depois que a empresa disse que os gastos para melhorar a privacidade e o crescimento mais lento do número de usuários em grandes mercados vão impactar as margens por anos.
A receita do Twitter subiu 24% no segundo trimestre, para US$ 711 milhões, superando a estimativa média de US$ 696 milhões em pesquisas com analistas compilada pela Thomson Reuters.
Usuários ativos mensais caíram 1 milhão ante o período imediatamente anterior, para 335 milhões. Analistas previam ganho de 1 milhão de usuários, e os resultados podem elevar preocupações de que o Twitter não tem uma estratégia clara para consertar os problemas da plataforma e aumentar o uso e a receita juntos.
O lucro do Twitter no trimestre foi de US$ 100 milhões, com um acréscimo de US$ 42 milhões devido a um movimento da contabilidade fiscal.