O setor público consolidado brasileiro teve déficit primário de R$ 13,491 bilhões em junho, um pouco acima do esperado pelo mercado, acumulando em 12 meses rombo distante do estabelecido como meta fiscal, num indicativo de que o objetivo do governo deverá ser cumprido com algum conforto. Em pesquisa Reuters, a expectativa era de déficit primário de R$ 13,15 bilhões para o mês.
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Em junho, o governo central (governo federal, BC e Previdência) teve um rombo de R$ 14,951 bilhões, divulgou hoje (30) o Banco Central.
Ao mesmo tempo, os Estados e municípios tiveram superávit de R$ 353 milhões e as empresas estatais ficaram no azul em R$ 1,107 bilhão. Na última sexta-feira (27), o Tesouro já havia informado que o déficit do governo central de junho havia sido afetado pelo aumento das transferências da União a Estados e municípios devido à “reclassificação, pela Receita Federal em maio, de resíduo do estoque de parcelamentos especiais não reclassificados em novembro de 2017”. Com a ação, a parte devida aos entes regionais foi então revisada para cima.
No acumulado do primeiro semestre, o setor público consolidado registrou déficit de R$ 14,424 bilhões, bem menor que o de R$ 35,183 bilhões em igual etapa de 2017. Em 12 meses, o déficit foi a R$ 89,823 bilhões, o equivalente a 1,34% do PIB, com bastante folga em relação ao alvo estabelecido para o ano.
A meta para o setor público em 2018 é de rombo de R$ 161,3 bilhões, que deverá marcar o quinto ano seguido em que o país não conseguiu economizar para pagar juros da dívida pública.
Em recente coletiva de imprensa, a secretária-executiva da Fazenda, Ana Paula Vescovi, afirmou que esse resultado deverá vir melhor que o estipulado pela meta em cerca de R$ 14 bilhões. Isso porque o governo calcula que Estados e municípios terão superávit primário de R$ 10 bilhões, contra meta positiva em R$ 1,2 bilhão. Também vê que as estatais fecharão o ano com déficit de R$ 164 milhões, ante meta de um saldo negativo em R$ 3,5 bilhões.
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Ainda segundo o BC, a dívida bruta encerrou o semestre a 77,2% do PIB, contra 77,1% em maio e expectativa de analistas de 77,1%, segundo pesquisa Reuters. Já a dívida líquida subiu a 51,4% do PIB em junho, ante patamar de 51,3% no mês anterior e projeção do mercado de 51,2%.