O Brasil, maior exportador mundial de soja, poderá ter de importar a oleaginosa dos Estados Unidos neste ano para atender à demanda de processadores locais, disse um executivo da Associação Nacional dos Exportadores (Anec) ontem (5).
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Se a demanda da China por soja brasileira aumentar diante da guerra comercial com os Estados Unidos, os processadores locais poderão ter de recorrer à importação de 500 mil a 1 milhão de toneladas dos Estados Unidos, disse Luis Barbieri em um evento em São Paulo.
A China anunciou tarifas de 25% a uma série de produtos dos EUA, que devem entrar em vigor a partir de hoje (6). “Esse é um dos momentos mais incertos na história recente do comércio de grãos”, disse Barbieri, referindo-se à disputa comercial.
O Brasil, que também é um dos maiores produtores de soja do mundo, deverá exportar um recorde de 73,5 milhões de toneladas neste ano, segundo previsões da consultoria Agroconsult reafirmadas no evento desta quinta-feira.
Em junho, o governo estimou que as exportações brasileiras de soja em 2018 devem totalizar 72 milhões de toneladas.
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A Agroconsult disse que manterá sua previsão de exportação apesar das preocupações relacionadas aos custos de frete no Brasil, que aumentaram desde que o governo impôs preços mínimos como uma das medidas para encerrar a greve dos caminhoneiros que paralisou as rodovias em maio.
Houve anos em que as importações eram necessárias para manter os processadores de soja funcionando durante o período de entressafra, disse Fábio Meneghin, sócio da Agroconsult, no intervalo do evento. “Trazer a soja de outros países não é sem precedentes”, disse ele.
A Agroconsult vê a produção brasileira de soja nesta temporada em 118,9 milhões de toneladas.