O dólar fechou hoje (6) em baixa ante o real, em um movimento de correção e com fluxo pontual de venda depois de superar o patamar de R$ 3,95 durante o pregão, com o foco na cena externa e com os investidores cautelosos sobre se o Banco Central brasileiro voltará a atuar no mercado ou se continuará de fora, como nos últimos dias.
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O dia foi marcado por baixo volume de negócios por conta do jogo da seleção do Brasil contra a Bélgica durante a tarde, o que deixou os investidores afastados das mesas de operação e intensificando os movimentos das cotações.
O dólar recuou 1,67%, a R$ 3,8687 na venda, depois de ter fechado o pregão passado no maior nível desde 1º de março de 2016, a R$ 3,9344. Na semana, acumulou queda de 0,22%.
“A moeda norte-americana continua se valorizando fortemente contra o real, mostrando que o mercado vem testando a autoridade monetária”, escreveu a Rico Investimentos em relatório.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, reforçou ontem (5), em entrevista à “GloboNews”, que não pautará a atuação no câmbio por mudanças de preço, buscando apenas dar tranquilidade ao mercado quando avaliar a ocorrência de falta de liquidez ou “sensação de pânico”.
O BC não tem feito intervenções extraordinárias no mercado por meio de leilões de novos swaps cambiais – equivalentes à venda futura de dólares – desde a semana passada. Tem feito apenas as vendas desses contratos para rolagem dos vencimentos futuros, como nesta sessão.
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Ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto, no total de US$ 14,023 bilhões.
Com isso, rolou o equivalente a US$ 3,5 bilhões do total que vence no próximo mês.
No exterior, o dólar recuava cerca de 0,55% frente ao uma cesta de moedas e algumas divisas de países emergentes, após a divulgação de que a criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos em junho foi maior do que o esperado. Entretanto, o aumento salarial estável indica pressão inflacionária moderada que deve manter o banco central do país na trajetória de aumento gradual da taxa de juros.
O Federal Reserve elevou a taxa de juros dos EUA duas vezes este ano e, de modo geral, a expectativa é de que os juros sejam elevados mais duas vezes neste ano.
Taxas mais elevadas tendem a atrair à maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.