O dólar acabou descolado do mercado externo e terminou o dia (29) em queda ante o real, em um movimento de correção após a moeda ter superado os R$ 4,15 na máxima da sessão.
LEIA MAIS: Dólar sobe 1,5%, encosta em R$ 4,15
A moeda norte-americana recuou 0,65%, a R$ 4,1143 na venda, depois de bater a máxima de R$ 4,1651 logo na abertura. Na mínima, a moeda foi a R$ 4,1123, perto do fechamento. O dólar futuro recuava cerca de 0,52%.
“A ausência de notícias sobre as eleições e o fato de o dólar estar esticado favoreceram o ajuste”, comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.
Ontem (28), a moeda norte-americana terminou no segundo maior valor do Plano Real e seguiu pressionada nos primeiros negócios desta sessão. Depois de muito vaivém entre altas e baixas, no entanto, acabou firmando trajetória de baixa e se descolando do exterior, onde subiu ante a grande maioria das divisas de países emergentes.
O anúncio do Banco Central de que pretende rolar integralmente os US$ 2,150 bilhões em linha – venda de dólares com compromisso de recompra – que vencem em 5 de setembro contribuiu para o movimento, uma vez que o BC retira qualquer pressão adicional sobre o câmbio por causa de dúvidas sobre esse vencimento.
“Com o leilão de linha, o BC dá uma sinalização de que está de olho no mercado e vai entrar se necessário”, afirmou a estrategista de câmbio Fernanda Consorte, do Banco Ourinvest.
Nesta sessão, a autoridade ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 5,04 bilhões do total de US$ 5,255 bilhões que vence em setembro. Se mantiver essa oferta na quinta-feira e vendê-la integralmente, terá feito a rolagem integral.
A autoridade, no entanto, não falou nada sobre a rolagem de outubro, que totaliza US$ 9,801 bilhões de dólares. “Mas ninguém no mercado imagina que o BC não fará essa rolagem, não criaria essa pressão”, acrescentou o profissional citado acima.
No início dos negócios, o dólar ainda mantinha trajetória indefinida diante da cautela eleitoral, com os investidores aguardando pesquisa de intenção de votos do DataPoder360, cujos números só serão divulgados a tempo de serem repercutidos no pregão de quinta-feira (30).
Além disso, a moeda norte-americana subia ante a maioria das divisas emergentes no exterior. Ante a cesta de moedas, entretanto, o dólar caía no final da tarde.
“Está muito volátil, sem saber para onde ir”, explicou Fernanda, no início da tarde, ao se referir à indefinição do cenário eleitoral, com o candidato preferido do mercado, Geraldo Alckmin (PSDB), patinando nas pesquisas e a possibilidade de um segundo turno com a participação do PT.