O dólar recuou pela segunda sessão consecutiva e terminou abaixo de R$ 4,10, influenciado pelo exterior, onde predominou a busca pelo risco e depois que Estados Unidos e México chegaram a um acordo sobre o Nafta, aliviando as tensões sobre guerra comercial.
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A agenda e o noticiário tranquilos contribuíram para o recuo da moeda norte-americana, mas a cautela com a cena eleitoral conteve o movimento.
O dólar recuou 0,57%, a R$ 4,0812 na venda, depois de tocar a mínima de R$ 4,0478. Nos últimos cinco pregões, a moeda havia acumulado o maior ganho semanal desde novembro de 2016. O dólar futuro recuava cerca de 0,6%.
“O mercado está um pouco mais racional hoje. O cenário favorável lá fora e a ausência de notícias [eleitorais] estão fazendo o mercado se acomodar um pouco depois de uma semana de muita cautela”, disse o operador da Spinelli Corretora José Carlos Amado.
No exterior, o dólar caía ante a cesta de moedas após o chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, ter mantido na sexta-feira (24) o discurso de gradualismo para a política monetária norte-americana. Desta forma, segue a avaliação de duas novas altas nos Estados Unidos até dezembro.
Também ajudou no humor o acordo entre EUA e México sobre o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), o que favoreceu o forte avanço do peso mexicano ante o dólar. Falta só o Canadá chegar a um acordo para participar do novo arranjo.
A moeda norte-americana também caía ante o peso chileno, mas subia contra a lira turca com a volta das preocupações sobre o embate diplomático com Washington devido ao pastor norte-americano em julgamento na Turquia.
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Internamente, os investidores seguiam monitorando a cena eleitoral local com a expectativa de maior exposição dos candidatos à Presidência com o início da campanha eleitoral na televisão na sexta-feira (31).
“Com o início da campanha em cadeia nacional, a expectativa do mercado é de que Geraldo Alckmin ganhe relevância nas pesquisas, já que ficou com a maior fatia do bolo ao fazer aliança com o Centrão”, apontou a CM Capital Markets em relatório.
O candidato do PSDB, preferido do mercado por seu perfil reformista, não conseguiu até o momento decolar nas pesquisas de intenção de voto, como reforçou novo levantamento nesta segunda-feira. Essa apatia e a possibilidade de um segundo turno com o PT fizeram os investidores reprecificarem recentemente o dólar para acima de R$ 4.
Segundo levantamento feito a pedido do banco BTG Pactual, no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso desde abril no âmbito da operação Lava Jato, Jair Bolsonaro (PSL) está na liderança com 24% das intenções de voto, à frente de Marina Silva (Rede) com 15%, Alckmin com 9% e Ciro Gomes (PDT) com 8%.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 4,56 bilhões do total de US$ 5,255 bilhões que vence em setembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.