Grupos brasileiros de educação como a Estácio Participações e a Ser Educacional estão disputando a aquisição de unidades do Grupo Positivo, que considera a venda de ativos como uma alternativa à oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês), disseram duas fontes com conhecimento do assunto.
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O Grupo Positivo vem planejando uma listagem de ações de sua divisão de educação no próximo ano, a fim de evitar a volatilidade de mercado pré-eleitoral, disse à Reuters o vice-presidente da empresa, Lucas Guimarães, em junho.
Desde então, a companhia com sede em Curitiba, que é acionista controladora da Positivo Tecnologia, decidiu colocar as divisões de educação à venda, afirmou a fonte, que pediu anonimato porque as decisões são confidenciais. No processo conhecido como dual track, os acionistas avaliam qual das opções, IPO ou venda de ativos, pode obter o melhor valor.
O Positivo busca ofertas para três unidades separadas de educação: universidade, escolas privadas e sistemas de ensino. Até agora, as divisões de educação foram avaliadas conjuntamente em torno de R$ 700 milhões.
Estácio Participações, Ser Educacional e Cruzeiro do Sul Educacional apresentaram propostas para comprar os oito campi universitários, de acordo com as fontes, com as ofertas avaliando os ativos em aproximadamente R$ 300 milhões.
A universidade tem 40 mil estudantes, a maioria em Curitiba. Estácio e Cruzeiro do Sul se recusaram a comentar o assunto, enquanto a Ser negou ter feito uma proposta.
Em comunicado, Guimarães afirmou que, “embora estejamos mirando uma oferta pública inicial de ações, estamos abertos a ouvir propostas de investidores qualificados”. Ele acrescentou que o Grupo Positivo tem acionistas minoritários que podem concordar com uma venda parcial.
A divisão escolas de educação básica, com sete unidades e 8 mil alunos na mesma região, recebeu ofertas da Eleva Educação, na qual o sócio da 3G Capital Jorge Paulo Lemann é investidor, e também da Somos Educação, disseram as fontes.
Eleva e seu acionista Warburg Pincus não responderam imediatamente ao pedido de entrevista, enquanto a Somos disse que “não comenta especulações de mercado”.
Os três grupos vêm tentando construir uma grande rede de escolas privadas via aquisições ou crescimento orgânico, conforme noticiado pela Reuters no mês passado.
O segmento de sistemas de ensino foi o que atraiu menos interesse, com a SAS Plataforma de Educação sendo a único a fazer proposta até o momento.
Na sexta-feira (3), o jornal “Valor Econômico” havia noticiado que o Grupo Positivo tinha decidido vender as divisões de educação, citando pessoas com conhecimento do assunto.