A usina siderúrgica da Usiminas em Ipatinga (MG) sofreu uma forte explosão hoje (10) e paralisou os altos-fornos, em um incidente que deixou 30 feridos e assustou moradores da cidade.
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Segundo informações da usina e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, um equipamento conhecido como gasômetro explodiu causando forte estrondo ouvido na cidade e a emissão de grossa coluna de fumaça.
O gasômetro, um equipamento de grande porte com vários metros de altura, armazena gases que são gerados no processo de produção de aço.
“Houve uma explosão no gasômetro por volta das 12h. O incidente está controlado. Já foi interrompido o fluxo de gás”, informou um representante da Usiminas. Em comunicados ao mercado, a Usiminas afirmou que, como medida de precaução, decidiu paralisar, “de forma emergencial e temporária”, os altos-fornos da usina.
“Foram realizados, até o momento, 30 atendimentos no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga. Não há feridos em estado grave e a maior parte das pessoas apresenta leves escoriações. Não há registro de vítima fatal”, afirmou a companhia.
As ações da empresa chegaram a despencar quase 11% logo após as primeiras notícias do incidente, mas às 16h14 os papéis reduziam perdas, recuando 6,57%, enquanto o Ibovespa exibia baixa de 3,18%.
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“Ipatinga é a única usina da Usiminas que produz aço bruto atualmente, com uma capacidade total anual de 5 milhões de toneladas. Como referência, a CSN teve um importante incidente em janeiro de 2016 que parou suas operações por vários meses. A ação da CSN caiu 10% no dia que o incidente foi revelado, mas o impacto para o fluxo de caixa da companhia foi minimizado pelo fato da CSN ter seguro, que cobriu as perdas de lucro”, afirmaram analistas do Itaú BBA em nota a clientes, acrescentando que avaliam o impacto sobre a ação da empresa como “exagerado”.
A explosão em Ipatinga ocorreu depois que, na quarta-feira (8), um funcionário terceirizado morreu prestando serviços de manutenção em equipamento na área de aciaria da usina.
A usina está em operação desde a década de 1960 e tem cerca de 6.500 funcionários diretos. O complexo tem três altos-fornos, dos quais o número 1 foi reativado em abril deste ano após ficar parado desde 2015 em meio à queda na demanda brasileiro por aço.