O aplicativo de navegação Waze, da Alphabet, lançou um serviço de compartilhamento de viagens urbanas hoje (21) no Brasil, que coloca a companhia em um mercado disputado por empresas como Uber, 99 e Cabify.
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O serviço do Waze, chamado de Carpool, coloca em contato usuários que farão trajetos semelhantes, para que compartilhem um mesmo carro, e o passageiro divide o preço do combustível com o motorista.
Diferente de serviços como o Uber Pool e BlaBlaCar, o Carpool limita para duas a quantidade de viagens diárias realizadas por um motorista e os usuários podem selecionar algumas características das pessoas com quem querem compartilhar suas viagens, como gênero e local de trabalho. O mesmo vale para os condutores.
Segundo Douglas Tokuno, responsável pelo Carpool no Brasil, o preço das viagens ficará entre R$ 4 e R$ 25, dependendo da distância percorrida, e, inicialmente, o aplicativo não deve cobrar uma taxa pelo serviço. “Estamos estudando um modelo de monetização, nosso principal objetivo hoje é ganhar escala e, só então, vamos pensar em algumas opções para monetizar o serviço.”
Para pedir carona os passageiros precisam baixar o aplicativo do Carpool, enquanto os motoristas podem aceitar corridas pelo aplicativo original do Waze. A empresa também está buscando parcerias com outras instituições, durante o período de experimentação. Sessenta empresas, como Natura, Estácio e BR Distribuidora, participaram dos testes.
O Brasil, segundo maior mercado do Waze no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, é o segundo país a receber o Carpool em nível nacional. O serviço já está disponível em Israel, onde o Waze foi desenvolvido antes de ser comprado pela controladora do Google em 2013, e em seis Estados norte-americanos. “Isso por conta da grande adesão do Waze no país e pelo interesse dos brasileiros por novas tecnologias”, disse o presidente-executivo do Waze, Noan Bardin.
São Paulo é a cidade com maior número de usuários do Waze no mundo – são 4 milhões mensais. No mundo, a empresa afirma ter 100 milhões de usuários mensais, muitos dos quais motoristas de serviços como o próprio Uber, que continuarão podendo utilizar o navegador mesmo depois do lançamento do Carpool.
SEGURANÇA
No início do ano, o presidente Michel Temer sancionou a lei que regulamenta os serviços de empresas de transporte urbano como Uber e Cabify. A regulamentação não se aplica ao Carpool, o que faz com que a empresa não precise checar informações como os antecedentes criminais dos usuários que compartilharão viagens.
“Já existem comunidades de caronas que se relacionam, o que a gente está fazendo é dar escala para isso. [Passar por uma verificação de antecedentes criminais] não é algo que faz parte da experiência a que você está se sujeitando [quando dá carona para seu grupo de trabalho]”, disse André Loureiro, líder do Waze na América Latina.
“Estamos trazendo uma outra experiência… No nosso caso são pessoas que moram ou trabalham próximas, o que cria uma confiança e responsabilidade mútua”, complementou Bardin.