A BR Distribuidora, da Petrobras, tem monitorado a alta nos preços do petróleo de olho no potencial impacto das cotações sobre a demanda por combustíveis, disseram executivos da empresa em coletiva de imprensa hoje (26), após tradings chegarem a prever nesta semana preços de até US$ 100 por barril ao final do ano. “É lógico que a gente torce para essa previsão não estar certa, porque nós da distribuição não queremos ultrapassar o limite da capacidade orçamentária dos consumidores. Esse é o risco de redução do volume, apesar de a gente ver uma certa inelasticidade da demanda”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da BR, Augusto Cruz.
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“Nossa remuneração se dá muito mais pelo giro, por isso a preocupação… sobe o preço, o volume cai, o preço cai, aumenta o volume. A gente no giro gosta mais desse segundo cenário, com preço um pouco menor e volume um pouco maior, onde nós podemos girar nosso ativo mais rapidamente”, adicionou.
O executivo, que falou após evento em que a BR comemorou a adesão ao Programa Destaque em Governança de Estatais da bolsa B3, ressaltou no entanto que o peso do setor de transportes na economia brasileira e as características da malha viária do país ajudam a sustentar em parte a demanda.
O presidente da BR, Ivan de Sá, afirmou que o petróleo mais caro poderia ainda gerar outros impactos na empresa, embora tenha minimizados os efeitos sobre as operações.
“Um nível de preço mais alto vai de alguma forma, sim, colocar a demanda sob algum tipo de estresse maior. Mas não acho que nossa atividade seja tão prejudicada… Tem alguns aspectos que são, sim, negativos, (como) maior capital de giro empregado, mas também não temos uma mudança radical dos nossos planos por conta da elevação do preço do petróleo”, disse.
Antes, o presidente da BR havia admitido que o desempenho das vendas de combustíveis no país tem ficado abaixo do esperado pela companhia neste ano, embora sem citar números.
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“Certamente o desempenho em termos de volume não é o que se esperava para o ano… Mas tem alguns sinais, até positivos, vindo de alguns segmentos”, disse.
Ele atribuiu a situação à recuperação mais lenta que o esperado na economia e a efeitos de uma histórica greve de caminhoneiros em maio.
“Nosso esforço é de manter um volume de venda compatível com o volume de nossas operações, mas tem uma parte que o mercado que vai nos dizer. A gente está preparado para atender essa demanda e uma demanda até maior. A gente espera que a economia como um todo possa ter desempenho melhor”, acrescentou.
Desde a greve, produtores e importadores de diesel contam um programa de subvenção do governo federal, o qual vai vigorar até o fim do ano.