A semana começou agitada no setor de supermercados da França, com uma disputa entre dois gigantes presentes no Brasil. Casino e Carrefour entraram em uma disputa hoje (24), depois de o Casino declarar ter rejeitado uma tentativa de fusão do maior rival Carrefour, tentativa que o Carrefour negou ter feito. Uma fusão poderia ter impacto nas operações das empresas no Brasil, onde o Casino controla o Pão de Açúcar.
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Segundo duas fontes ouvidas pela reportagem, o presidente-executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, e o presidente-executivo do Casino, Jean-Charles Naouri, se reuniram em 12 de setembro para discutir uma gama de oportunidades para os dois. No entanto, uma fonte do governo francês disse que o governo — que normalmente se espera é notificado sobre transações como essa — não estava ciente de qualquer negociação de fusão entre as empresas.
Os grupos de supermercados da França procuram agora maneiras de aumentar os lucros, depois de uma prolongada guerra de preços em casa, e também estão sob pressão para se modernizar e combater os movimentos da gigante online Amazon.
Analistas disseram que qualquer fusão entre o Carrefour e o Casino deve atrair um exame minucioso de órgãos reguladores da concorrência, já que o Carrefour é a segunda maior rede da França, com 20% de participação de mercado, e o Casino tem quase 12%.
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O Casino, cujas ações caíram neste ano devido a preocupações com sua dívida, disse que foi contatado pelo Carrefour nos últimos dias sobre uma possível união, acrescentando que seu conselho de diretores se reuniu no domingo e “unanimemente” decidiu rejeitar a abordagem.
“O conselho de administração também reconheceu as barreiras, na França e no Brasil, a uma combinação com o Carrefour, especialmente em termos de concorrência e emprego”, disse o dono dos supermercados Monoprix e Geant em um comunicado.
No entanto, o Carrefour — que, como o Casino, tem um grande negócio no Brasil — negou qualquer abordagem, dizendo em um comunicado que estava surpreso de que o conselho de administração do Casino poderia considerar “uma proposta de fusão que não existe”.
“As dificuldades enfrentadas pelo Casino e seu acionista controlador não justificam as comunicações inoportunas, enganosas e infundadas”, afirmou o Carrefour.