O dólar terminou o dia (19) em baixa ante o real, influenciado pelo cenário externo favorável para divisas de países emergentes e com os investidores relativizando os dados da pesquisa Ibope que mostraram o fortalecimento do candidato do PT à Presidência.
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A moeda norte-americana recuou 0,43%, a R$ 4,1242 na venda. Na máxima, foi a R$ 4,1764 e, na mínima, a R$ 4,0977. O dólar futuro tinha perda de cerca de 0,85%.
“Os emergentes estão com bom desempenho, com alívio da questão comercial após a tarifa inicial aplicada pelos Estados Unidos ficar em 10%”, explicou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.
No exterior, o dólar tinha queda tímida ante a cesta de moedas, mas caía com mais força contra divisas de países emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano.
Estados Unidos e China anunciaram novas tarifas sobre importações um do outro nesta semana, mas as medidas foram menos severas do que o inicialmente esperado. Além disso, investidores apostam em mais estímulos por parte de Pequim para amortecer o impacto de mais essa rodada de tarifas comerciais.
“Há a percepção de que muita conversa ainda deve ocorrer, podendo-se chegar a um bom termo, evitando uma guerra comercial generalizada. É a visão do copo meio cheio”, disse a SulAmérica Investimentos em relatório.
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Internamente, a última pesquisa Ibope consolidou Fernando Haddad (PT), candidato que o mercado vê como menos comprometido com o ajuste das contas públicas, na segunda colocação da corrida presidencial. Já as intenções de voto em Geraldo Alckmin (PSDB), cujo perfil agrada mais aos investidores, caíram.
“Embora assuste o salto de 11% de Haddad, tem que ver se as próximas pesquisas vão mostrar avanço nessa velocidade”, avaliou Machado.
Na simulação de um eventual segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Haddad, os dois empatariam em 40%. Na pesquisa anterior, os dois já tinham empate técnico no segundo turno, mas o petista aparecia numericamente atrás.
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 6,54 bilhões do total de US$ 9,801 bilhões que vencem em outubro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.