O dólar operava em alta e de volta aos R$ 4 na manhã de hoje (28), sob influência do exterior e do cenário eleitoral brasileiro, depois de ter cedido mais de 2% nos três últimos pregões. Às 10h33, a moeda norte-americana avançava 0,46%, a R$ 4,0127 na venda, depois de terminar a véspera pela primeira vez abaixo de R$ 4 em cinco semanas, a R$ 3,9943. Na máxima desta sessão, a moeda já foi a R$ 4,0513. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,65%. A formação da taxa Ptax de final de mês tende a deixar o mercado mais técnico no período da manhã, o que pode se traduzir em novas oscilações.
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“No externo, a Itália está levando o investidor a procurar segurança. E no doméstico, as notícias estão na contramão da véspera”, disse o especialista em câmbio da Frente Corretora Robert Awerianow. Ele se refere ao orçamento divulgado pelo governo italiano para 2019, com um déficit três vezes maior do que sua meta anterior.
Destaque para o euro, que operava em queda e abaixo de US$ 1,16 pela primeira vez em duas semanas uma vez que alguns investidores consideraram o orçamento italiano como um desafio às exigências da União Europeia.
Internamente, o noticiário político trazia cautela aos agentes. Pesquisa de intenção de votos encomendada pela XP Investimentos mostrou que o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, cortou para 7 pontos a vantagem do líder Jair Bolsonaro, do PSL. O mercado também avalia notícia da revista Veja de que Bolsonaro foi acusado pela ex-mulher de ocultar patrimônio da Justiça Eleitoral, ter renda mensal acima da declarada e furtar um cofre bancário pertencente a ela, além de declarações polêmicas de seu vice, o general Hamilton Mourão, sobre o 13º salário.
Além disso, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a conceder uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
O Banco Central concluiu na véspera a rolagem do vencimento de swap cambial — equivalente à venda futura de dólares — de outubro e, após o fechamento do mercado, já anunciou o início da rolagem de novembro a partir da próxima segunda-feira. A oferta será de até 7,7 mil contratos que, se mantidos até o final do mês, rolarão integralmente o total de US$ 8,027 bilhões em swap que vencem no penúltimo mês de 2018.