O dólar recuou pela terceira sessão consecutiva e terminou o dia abaixo de R$ 4, favorecido por fluxo de ingresso de recursos e desmonte de posições compradas, e também pela aparente tranquilização dos investidores quanto ao cenário eleitoral doméstico. A moeda norte-americana caiu 0,79%, a R$ 3,9943 na venda, abaixo de R$ 4 pela primeira vez desde 20 de agosto (R$ 3,9577).Na mínima, foi a R$ 3,9675 e, na máxima, a R$ 4,0562. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 1%. Nestes três pregões seguidos em baixa seguidos, o dólar acumula perdas de 2,29%. À véspera do último pregão do mês, amanhã, a moeda registra uma baixa de 1,92% ante o real em setembro, após avançar 8,46% no mês anterior.
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“Está tendo fluxo… e uma reversão dos fundos, que estão voltando a comprar Brasil”, explicou o presidente da correspondente cambial Remessa Online, Fernando Pavani.
Nos últimos dias, muitos investidores têm desmontado posições compradas, aquelas que apostam na alta do dólar, em meio à percepção de que as eleições estão se encaminhando para um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). “O mercado definitivamente está comprando Bolsonaro (e sua agenda reformista) e, eventualmente, Haddad (e sua provável mudança para o centro)”, avaliou o diretor de Tesouraria de um grande banco estrangeiro.
O recuo do dólar no mercado doméstico também teve influência externa: a moeda norte-americana recuou sobre as demais divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano. E ontem o Federal Reserve, banco central norte-americano, confirmou que prevê mais uma alta dos juros em dezembro, outras três em 2019 e uma em 2020, não reforçando a leitura daqueles que previam uma postura mais “hawkish”. “O fato de ele ter sinalizado o fim da política expansionista tirou a perspectiva de altas subsequentes… a política de aumento gradual está perto do fim”, avaliou o diretor da assessoria de câmbio FB Capital Fernando Bergallo.
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 10,72 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, concluindo a rolagem dos US$ 9,801 bilhões que vencem em outubro. Em novembro, segundo dados do site do BC, vencem US$ 8,027 bilhões em swap cambial.
“Para manter a normalidade e evitar qualquer volatilidade desnecessária na última semana antes da eleição, o BC também deve anunciar logo a rolagem integral desse vencimento”, avaliou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local, ao lembrar que o BC fez o mesmo no mês passado.