O dólar recua hoje (22) ante o real, depois de atrair compradores no início do pregão em dia de baixo volume e agenda fraca, influenciado pelo favoritismo de Jair Bolsonaro (PSL) na eleição presidencial e com maior busca por risco no exterior.
LEIA MAIS: Dólar termina em queda e recua pela 5ª semana
Às 10h47, a moeda recuava 0,57%, a R$ 3,6936 na venda, depois de encerrar a sexta-feira (19) em queda de 0,28%, a R$ 3,7147, acumulando na semana baixa de 1,70%. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,5%.
A moeda norte-americana chegou a subir R$ 0,02 contra o real após o início do pregão, em parte por atrair compradores quando a cotação foi abaixo de R$ 3,70 e também acompanhando o desempenho no exterior, onde subia ante o peso mexicano e a lira turca, de acordo com o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
Após a breve alta, o dólar retomou a queda, tendência que deve permanecer durante a semana anterior ao segundo turno da eleição presidencial.
“É uma segunda-feira de agenda fraca e o volume está pequeno, o mercado oscila muito fácil em relação aos ativos”, explicou Amado, acrescentando não acreditar “que o mercado vai desmontar posições e aprofundar a queda durante a semana”. “Vai prevalecer a cautela”, acrescentou.
Pesquisa de intenção de votos encomendada pelo BTG Pactual à FSB Pesquisas mostrou, hoje, uma liderança de 20 pontos de Bolsonaro sobre Fernando Haddad, do PT, entre os votos válidos.
VEJA TAMBÉM: Dólar volta a recuar ante real com pesquisa eleitoral
Com a consolidação do cenário preferido do mercado de provável vitória de Bolsonaro no domingo (28), as negociações do candidato do PSL para montagem de uma coalizão no Congresso devem ocupar as atenções dos investidores.
A negociação de Bolsonaro com os partidos políticos que integram o chamado Centrão “deverá ser bem recebida pelo mercado, uma vez que é um indício de que o nível de governabilidade poderá ser melhor que o esperado”, diz relatório da Renascença DTVM assinado pelo economista Marcos R. Pessoa e equipe.
No exterior, a promessa de mais estímulos depois que a China revelou medidas de mudanças de impostos para sustentar a economia e empresas ajudava os mercados emergentes, em um dia de maior alívio também com o orçamento italiano depois que a agência de classificação Moody’s manteve a perspectiva estável do país.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de novembro, no total de US$ 8,027 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.