O dólar operava em alta ante o real na manhã de hoje (10), em um movimento de correção após as quedas recentes. A subida era alimentada pela inquietação com declarações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), atual favorito, e à espera da pesquisa Datafolha de intenção de votos para o segundo turno da eleição. Às 10h38, a moeda norte-americana avançava 1,01%, a R$ 3,7482 na venda, depois de terminar a véspera em queda de 1,47%, a R$ 3,7107, acumulando em outubro baixa de 8,09%. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,8%. Na véspera, o sempre controverso Bolsonaro falou a jornalistas sobre a Reforma da Previdência, afirmando que a atual proposta do presidente Michel Temer dificilmente será aprovada.
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“Eu, chegando lá, vou procurar o governo para aprovar uma reforma da Previdência que tenha aceitação do Parlamento e a população entenda como sendo justa e necessária”, disse Bolsonaro, aventando a possibilidade de aumentar o tempo de serviço do serviço público. O deputado reeleito Onyx Lorenzoni (DEM-RS), cotado para assumir o Ministério da Casa Civil em um futuro governo Bolsonaro, já havia dito que, se eleito, Bolsonaro tratará da Previdência a partir de 1º de janeiro de 2019.
Na avaliação do mercado, as declarações do candidato do PSL vão na contramão da visão de seu coordenador econômico, o economista liberal Paulo Guedes. A preferência do mercado por Bolsonaro é justamente apoiada em Guedes, com a expectativa de que eles imponham uma agenda de reformas, corte de gastos e ajuste fiscal. “Desta forma, ele se coloca numa posição de antagonismo à de seu assessor econômico, que é mais agressivo (no que se refere à reforma da Previdência)“, explicou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Também pesa nos negócios a notícia da Folha de S.Paulo de que Guedes está sendo investigado pelo Ministério Público Federal em Brasília por suspeita de associar-se a executivos ligados a PT e MDB para praticar fraudes em negócios com fundos de pensão de estatais. “Tudo ainda é muito incipiente. Se o mercado estivesse mais estressado, o dólar estaria muito mais pressionado”, completou Gomes da Silva, para quem “o viés segue sendo de baixa para o dólar porque o mercado ainda crê na vitória de Bolsonaro no segundo turno”.
Sob a influência do noticiário eleitoral, o mercado aguarda ainda a divulgação, às 19h, de pesquisa Datafolha, a primeira após o primeiro turno da eleição presidencial.
No exterior, o dólar também subia ante as divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano. Ante a cesta de moedas, o dólar tinha leve queda.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de novembro, no total de 8,027 bilhões de dólares. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.