O transporte marítimo de eletrônicos para o Brasil deve perder força nos próximos meses, após um pico no início do ano, em meio à antecipação de embarques de algumas categorias de produtos para a Copa do Mundo de futebol, enquanto a volatilidade do câmbio e incertezas sobre as eleições presidenciais inspiram cautela entre importadores e consumidores.
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“Tivemos um primeiro trimestre atipicamente forte devido à antecipação da montagem de aparelhos televisores e de áudio para a Copa do Mundo… O setor agora passa por uma ressaca e a expectativa é de que o último trimestre seja mais fraco que no ano anterior”, disse à Reuters hoje (10) o gerente geral de importação da dinamarquesa Maersk Line, Fabio Britto.
O mercado registrou altas de dois dígitos nos volumes de eletrônicos transportados em janeiro (+22%), fevereiro (+32%) e março (+49%) na comparação com 2017, conforme muitos importadores anteciparam cargas para abastecer o mercado brasileiro com itens de áudio e televisores durante a Copa do Mundo.
Desde então, contudo, os números vêm perdendo força, com quedas de 2% em julho e 15% em agosto, mostrou um relatório divulgado pela Maersk com base em levantamento feito pela Dataliner.
Para os próximos meses, a tendência é de importações mais concentradas em produtos de informática e, especialmente, linhas de smartphones, que têm forte apelo na Black Friday, segundo Britto.
“Áudio e vídeo geram mais volume no transporte, smartphones não tanto. Isso contribui para a nossa expectativa de um último trimestre mais fraco que em anos anteriores”, disse o executivo.
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Por ora, as previsões para Black Friday têm sido otimistas, com a Ebit|Nielsen indicando alta de 15% nas vendas do comércio eletrônico no país, para R$ 2,43 bilhões.
Pesquisa divulgada na última segunda-feira (8) pelo site comparador de preços Zoom também mostrou consumidores brasileiros propensos a aproveitar a campanha promocional da Black Friday para antecipar as compras de Natal, apesar de estarem cautelosos com o cenário político e a economia.
Para Britto, além de questões sazonais que incluem a Copa do Mundo, a conjuntura macroeconômica e as turbulências com as eleições no Brasil é o que mais pesa nas decisões de importadores. “Muito mais que o valor do câmbio, o que os importadores buscam é estabilidade”, comentou o executivo da Maersk.