O dólar operava em alta ante o real hoje (22), com o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos jogando o foco para as questões domésticas, em meio a um cenário externo de preocupações com o Brexit, crescimento global e aumento de juros pelo Federal Reserve.
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Às 10:26, a moeda avançava 0,49%, a R$ 3,8080 na venda, depois de terminar a sessão anterior em alta de 0,66%. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,2%.
“É o conjunto da obra. Preocupação com a cessão onerosa, reformas, composição da equipe de governo e feriado nos Estados Unidos. O investidor corre para a proteção”, explicou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, acrescentando que os investidores estão recompondo posições compradas (que apostam na alta) em dólar neste final de ano.
O volume fraco por conta da ausência de Wall Street, no entanto, era um importante catalisador para a alta do real, já que poucos negócios têm capacidade de definir a tendência da moeda.
Na véspera, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse que poderá colocar em votação até quarta-feira da próxima semana o projeto de lei que trata da cessão onerosa no pré-sal, que poderia viabilizar um leilão de áreas de petróleo no qual a União arrecadaria bilhões de reais.
Para isso, argumentou que é preciso consenso, uma vez que a votação do projeto já estava prevista para esta semana, mas houve impasse sobre a divisão de recursos com Estados e municípios.
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O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, teria concordado com a partilha e há espaço para votação, mas o mercado quer ver o resultado antes de se antecipar à comemoração.
O mercado também acompanha as indicações para a formação do novo governo. Hoje, o presidente eleito Jair Bolsonaro disse que ainda não há definição sobre o futuro ministro da Educação.
Do lado externo, seguiam as preocupações sobre o Brexit, crescimento mundial e trajetória dos juros pelo Federal Reserve, banco central norte-americano.
Mesmo assim, o dólar tinha nova sessão de baixa ante as moedas fortes e as divisas de emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
“Diante do cenário externo atual, acho que R$ 3,75-3,80 é patamar condizente ao dólar”, avaliou a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte, lembrando que o cenário externo está adverso para emergentes.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,6 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de dezembro, no total de US$ 12,217 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.