O dólar operava com pequenas oscilações ante o real neste último pregão de novembro, com a formação da taxa Ptax de final de mês deixando o mercado mais técnico na primeira metade do dia, mas com o exterior de pano de fundo, diante das expectativas com o G20, na Argentina.
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O mercado aguarda o desfecho do encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da China no final de semana, com esperança de algum acordo comercial entre as partes que alivie as preocupações com o crescimento global.
Às 10:02, a moeda norte-americana recuava 0,09%, a R$ 3,8539 na venda, depois de terminar a sessão anterior em alta de 0,43%, a R$ 3,8575. O dólar futuro tinha alta de 0,45%.
“Passada a formação da Ptax, mercado pode colar no mercado externo e também focar o noticiário local”, resumiu o presidente da BeeTech, Fernando Pavani.
A taxa Ptax de final de mês é usada para a liquidação de muitos derivativos cambiais e sua formação de preço acaba colocando numa “briga” os investidores que apostam na alta e os que apostam na baixa.
Na véspera, já houve pressão no dólar por conta da formação dessa taxa, o que fez com que a moeda fechasse no Brasil na contramão no exterior, onde predominou a indicação “dovish” do chairman do Federal Reserve, banco central norte-americano, Jerome Powell, de que a trajetória dos juros nos Estados Unidos pode ser interrompida antes do inicialmente previsto.
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A ata do último encontro de política monetária do Fed, divulgada depois do fechamento do dólar aqui, acabou corroborando a fala de Powell, embora tenha confirmado mais um aumento em dezembro.
As expectativas estão voltadas nessa sessão para o encontro do G20, onde Trump pode enfim chegar a um acordo ou ao menos aliviar a retórica usada com a China e tranquilizar o nervosismo dos investidores, sobretudo com o crescimento mundial.
“As incertezas sobre a questão comercial entre os dois países pairam como uma ‘nuvem negra'”, escreveu o analista-chefe de mercados da corretora do Reino Unido CMC, Michael Hewson.
“Um resultado positivo seria uma promessa [de Trump] de atrasar um novo aumento de tarifas em janeiro, com vistas a novas discussões. Novas escaladas de taxações não seriam bem-vindas, dada a desaceleração já observada na maioria dos indicadores econômicos globais.”
No exterior, o dólar operava com pequena em alta ante a cesta de moedas e também ante as divisas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
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Internamente, os investidores aguardavam novidades sobre a votação do projeto de lei da cessão onerosa, ainda sem acordo.
O Banco Central anunciou na véspera que iniciará na próxima segunda-feira (3) a rolagem do vencimento de janeiro em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, com oferta de 13.830 contratos.
Segundo nota da autoridade monetária, o calendário de leilões será mais enxuto, com a conclusão da rolagem até o dia 21 do mês que vem. Vencem em janeiro US$ 10,4 bilhões em contratos de swap cambial. O estoque total do BC totaliza US$ 68,9 bilhões.