Sites chineses de vendas removeram a marca Dolce & Gabbana de seus catálogos como parte da onda de reação a uma série de anúncios que foram classificados como “racistas” por celebridades e nas redes sociais.
LEIA MAIS: Dolce & Gabbana cancela desfile em Xangai
A plataforma de comércio eletrônico Kaola, da NetEase, confirmou ter removido os produtos da Dolce & Gabbana. A revendedora de artigos de luxo Secoo afirmou que removeu o catálogo da marca na noite de ontem (21).
Checagens feitas pela Reuters na manhã de hoje (22) mostraram que páginas anteriormente ligadas a produtos da grife nos sites de vendas online sediados pelo Holding do Grupo Alibaba e pela JD.com não estavam mais disponíveis, e as buscas pela marca não apresentavam resultados. Nenhum dos dois varejistas responderam aos pedidos de entrevistas.
No início da semana, a marca emitiu uma série de anúncios nos quais uma mulher chinesa tem dificuldades para comer pizza e macarrão com hashis, o que provocou críticas nas redes sociais. A gafe foi agravada quando circularam imagens que pareciam mostrar o designer Stefano Gabbana fazendo comentários negativos sobre a China.
O tópico rapidamente viralizou na plataforma chinesa Weibo, similar ao Twitter, atingindo 120 milhões de visualizações. A marca cancelou seu desfile em Xangai, que seria realizado ontem, após a repercussão.
A empresa pediu desculpas em um comunicado no Weibo, dizendo que as contas de Gabbana e da marca haviam sido invadidas.
VEJA TAMBÉM: Como a Dolce & Gabbana redefiniu o luxo millennial
A Dolce & Gabbana não respondeu aos pedidos de entrevista sobre seu catálogo nos serviços chineses de e-commerce.
Celebridades como a estrela de cinema Zhang Ziyi, de “Memórias de uma Gueixa”, criticaram a marca, enquanto o cantor Wang Junkai disse que encerrou um acordo no qual atuava como embaixador da marca.
O clamor contra a marca continuou durante o dia de hoje, com muitos grupos pedindo boicotes.
Uma loja de produtos isentos de impostos no aeroporto da cidade chinesa de Haikou disse no Weibo que retirou todos os produtos da grife de suas prateleiras.
“Recebemos bem empresas estrangeiras que queiram investir e se desenvolver na China (…), mas empresas trabalhando no país devem respeitar a China e o povo chinês”, disse a Liga Jovem do Partido Comunista, ala da juventude do partido que governa o país, no Weibo.