O conselho da Telecom Italia autorizou a TIM a fazer uma oferta não vinculante pela rival Nextel no Brasil, controlada pela NII Holdings, disseram à Reuters hoje (9) três fontes com conhecimento do assunto.
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Uma das fontes alertou que o processo ainda está em estágio inicial e que o grupo italiano ainda estuda se fará qualquer oferta.
As ações da NII negociadas nos Estados Unidos acumulam valorização de cerca de 1.670% até agora neste ano, impulsionadas por expectativas sobre uma possível oferta de aquisição. A valorização elevou o valor de mercado da empresa para cerca de US$ 754 milhões com base no fechamento de ontem (8).
Atualmente, a companhia tem menos de 3 milhões de clientes e quase nenhum lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
Boa parte do valor da Nextel vem de seus direitos de espectro em São Paulo e Rio de Janeiro, particularmente as frequências de 1800 e 2100 MHz, que são fundamentais para o segmento de dados, que atravessa rápido crescimento e agrega margens elevadas no Brasil.
Em teleconferência hoje, o presidente-executivo da Telecom Italia, Amos Genish, disse que a companhia estava interessada na operação da Nextel no Brasil, mas que o processo estava em fase inicial. A Telecom Italia ficaria feliz em participar da consolidação do mercado no Brasil, acrescentou ele.
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“Estamos felizes em considerar fusões e aquisições complementares. Espectros complementares são chave em nossa lista de prioridades”, afirmou Genish. Um representante da TIM não comentou o assunto.
Uma das fontes disse que a NII esperava receber as primeiras ofertas não vinculantes dentro de semanas. O vice-presidente financeiro da NII, Daniel Freiman, não respondeu a pedido de entrevista.
Uma decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na semana passada afrouxou limites de espectro detidos por operadoras de telefonia celular no Brasil, o que ajudou a fomentar a decisão da Telecom Italia de avaliar uma oferta não vinculante, disse a fonte.
Regulamentações anteriores no país proibiam uma aquisição da Nextel por um participante doméstico, conforme as maiores operadoras de telecomunicações do país estavam se aproximando do limite de frequência em São Paulo e Rio de Janeiro.
A Telefônica Brasil, maior operadora do país que atua sob a marca Vivo, ficou menos interessada sobre uma potencial aquisição da Nextel, em um momento em que a empresa de origem espanhola foca no segmento de banda larga, disseram três fontes com conhecimento do assunto nas últimas semanas.
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O vice-presidente de operações da companhia afirmou à Reuters em abril que o grupo provavelmente dedicaria cerca de R$ 7,5 bilhões para investimentos a partir de 2018 até 2020, voltados para expansão da banda larga. Um representante da Vivo não comentou o assunto.
As ações da NII Holdings saltaram cerca de 17% no pré-mercado em função da potencial oferta da TIM para depois reduzirem os ganhos a 4,4%.
Já os papéis da TIM negociados na bolsa paulista tinham queda de 0,4% por volta das 16:35 (horário de Brasília), enquanto as ações da Telecom Italia recuavam 4,8%, depois que a companhia registrou baixa contábil de € 2 bilhões (US$ 2,27 bilhões) em ativos domésticos e abandonou a meta de endividamento traçada para 2018.
A Nextel Brazil é a última operação da NII na América Latina, após saída da empresa de operações no Peru, Chile e México, onde sua unidade foi vendida por US$ 1,9 bilhão para AT&T três anos atrás.