A Ambev firmou parceria com a empresa paranaense Alexandria para a construção de uma usina solar em Uberlândia (MG) que abastecerá todos os 13 centros de distribuição e pontos de apoio da cervejaria em Minas Gerais com energia limpa, dando mais um passo em direção à meta de ter 100% das operações brasileiras alimentadas por fontes renováveis.
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“Estamos fazendo um estudo de viabilidade para o país inteiro, não só em energia solar, mas em diferentes fontes renováveis… Escolhemos Minas Gerais para começar por ser um dos Estados mais viáveis e onde conseguiríamos acelerar mais o projeto”, contou à Reuters o diretor de sustentabilidade e suprimentos da Ambev, Fernando Petersen.
De acordo com ele, a cervejaria já discute internamente a expansão da iniciativa para outros Estados e estuda os parceiros e as fontes de geração mais adequadas para cada caso. “Estamos discutindo qual tipo de geração de energia por região faz mais sentido. No sul, por exemplo, talvez a solar não seja a mais adequada”, explicou o executivo.
Em Minas Gerais, o acordo segue um modelo conhecido no mercado como geração distribuída e o investimento na construção da usina será feito pela Alexandria, que desembolsará cerca de R$ 7 milhões no projeto e, em contrapartida, receberá da Ambev 75% do valor correspondente à energia gerada por um prazo de 10 anos. Depois disso, a usina passará a ser da cervejaria.
“Nós implementamos a usina para o cliente e depois de amortizarmos o investimento ao longo desses 10 anos a transferimos para eles… Nosso propósito é empoderar os clientes para produzirem a própria energia”, acrescentou o presidente da Alexandria, Alexandre Brandão.
Além de energia solar, a companhia sediada em Curitiba, que afirma ser uma fintech e atua na construção de usinas de energia a custo zero e outras soluções tecnológicas, também desenvolve projetos com fontes de geração eólica e biogás, tendo ainda entre os clientes grupos como Pátria Investimentos e Positivo.
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Brandão revelou que o projeto com a Ambev compreenderá 5.340 painéis solares, com alguns componentes importados da China e de outros países, além dos fabricados pela própria Alexandria. Ainda de acordo com ele, as conversas com a cervejaria se estenderam por mais ou menos um ano e o contrato foi assinado em meados de outubro.
Segundo Petersen, da Ambev, a usina solar de Uberlândia e as outras que serão construídas nos próximos anos vão complementar a iniciativa de caminhões elétricos que vem sendo desenvolvida com a Volkswagen Caminhões e Ônibus.
A parceria com o grupo alemão foi anunciada em agosto e prevê o uso de pelo menos 1.600 caminhões elétricos até 2023, de modo que 35% da frota que atende a fabricante de bebidas seja composta por veículos movidos a energia limpa.
“Já estamos fazendo cálculo de estrutura e capacidade de geração de energia e a ideia é que essas usinas abasteçam também os caminhões elétricos”, afirmou o diretor de sustentabilidade e suprimentos da Ambev, acrescentando que a instalação em Uberlândia deverá gerar entre 1.800 kWp e 1.900 kWp de energia, evitando a emissão de 1.910 toneladas de CO2.
A companhia intensificou nos últimos anos os esforços para desenvolver práticas mais sustentáveis de negócios, tendo como objetivo final ter 100% das operações utilizando energia limpa. Entre 2013 e 2017, a cervejaria investiu cerca de R$ 1 bilhão em projetos de sustentabilidade.