O ex-presidente do conselho de administração da Nissan Motor Carlos Ghosn apresentou uma queixa contra a decisão judicial de prorrogar sua detenção, após ter sido alvo de um novo mandado de prisão devido a alegações adicionais de fraude financeira, afirmou hoje (11) a Corte Distrital de Tóquio. Ghosn foi preso em 19 de novembro sob suspeita de conspirar para declarar apenas cerca de metade da sua renda real de 10 bilhões de ienes (US$ 88 milhões) que obteve ao longo de cinco anos, a partir de 2010. O executivo está detido desde então em uma prisão de Tóquio para interrogatório.
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Ghosn foi oficialmente indiciado ontem (10). Ele também foi alvo de um segundo mandado de prisão por subdeclarar seu rendimento por outros três anos, até março de 2018, com a Corte Distrital de Tóquio aprovando sua detenção até 20 de dezembro. Após o indiciamento, os casos normalmente demoram meses para ir a julgamento, durante os quais a maior parte dos suspeitos que nega ter cometido irregularidades não tem a fiança autorizada. O advogado de Ghosn em Tóquio, Motonari Otsuru, não pôde ser contactado em seu escritório para comentar.
A Nissan, que demitiu Ghosn do cargo de presidente do conselho de administração dias após sua prisão, tem dito que a fraude foi planejada pelo antes respeitado executivo com a ajuda do ex-diretor-representante Greg Kelly, que também foi oficialmente indiciado pela primeira vez na segunda-feira. Kelly também permanecerá detido até 20 de dezembro, afirmou a corte distrital.
A prisão de Ghosn marca o declínio dramático de um líder antes aclamado por resgatar a Nissan da beira da falência. O executivo tem sido tratado como todos os outros na prisão, detido em uma cela pequena e fria, com oportunidades limitadas para tomar banho e fazer a barba, afirmou pessoa com conhecimento da situação.