O presidente afastado do conselho de administração da Nissan, Carlos Ghosn, pretendia recuperar “pertences pessoais, documentos, dinheiro em espécie, objetos e obras de arte” de um apartamento no Rio de Janeiro que pode conter evidência sobres as acusações de fraude financeira que recaem sobre ele, segundo documentos judiciais.
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Os documentos judiciais anteriormente não relatados mostram a extensão da disputa legal entre Ghosn e Nissan sobre o acesso ao apartamento, um dos vários que o ex-executivo tinha em todo o mundo. Ghosn é acusado de subdeclarar sua renda em dezenas de milhões de dólares.
O apartamento, que a Nissan afirma ser proprietária, contém “três cofres” que a montadora ainda não abriu, segundo os documentos encaminhados pelo grupo japonês à justiça brasileira na semana passada.
A empresa disse que encontrou os cofres quando fez uma auditoria no apartamento após a demissão de Ghosn, acrescentando que o apartamento também tem “móveis de design, obras de arte e objetos decorativos.”
O processo judicial começou em 29 de novembro, quando um advogado de Ghosn pediu a um juiz que lhe concedesse acesso ao apartamento.
A Nissan diz que permitir o acesso de Ghosn ao apartamento “representaria um risco incalculável de destruição de evidências potenciais de crimes supostamente cometidos”. Até o momento, os tribunais brasileiros negaram o acesso de Ghosn ao imóvel.
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O advogado de Ghosn, José Roberto de Castro Neves, disse à Reuters que ele não sabia da existência de três cofres diferentes e que era “especulação absurda” que eles pudessem conter evidências de irregularidades. “Ele é um cara muito inteligente”, disse Castro Neves em breve entrevista por telefone. “Se ele tivesse feito algo errado, ele não deixaria no apartamento.”
Promotores de Tóquio indiciam Ghosn por subdeclarar sua renda e também acusaram oficialmente a montadora, tornando a empresa culpável pelo escândalo de má-conduta financeira, que chocou a indústria. Ghosn está preso em Tóquio.