O dólar opera em baixa na manhã de hoje (4), sob influência do mercado internacional diante da preocupação com a economia norte-americana e os temores da guerra comercial, mesmo depois da trégua entre Estados Unidos e China, e também após mais um leilão de linha anunciado pelo Banco Central.
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Às 10h02, a moeda recuava 0,36%, a R$ 3,8283 na venda, depois de terminar a sessão anterior em baixa de 0,35%, a R$ 3,8423. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,4%.
“O dólar perdendo terreno contra as principais divisas globais parece ser um movimento que indica remeter ao Fed e ao [chairman] Jerome Powell mais cautelosos em termos de aperto monetário pelos EUA”, escreveu a corretora H.Commcor ao destacar ainda o recuo dos rendimentos dos Treasuries.
No exterior, o dólar caía forte ante a cesta de moedas e ante as divisas de emergentes, como os pesos mexicano e chileno. Os rendimentos dos Treasuries caíam, com os juros do trecho mais curto superando os do mais longo, em um achatamento da curva que não acontecia desde 2007 e que pode estar indicando uma desaceleração econômica iminente nos Estados Unidos.
Diante dessa perspectiva, o Federal Reserve, banco central do país, pode subir menos do que o previsto a taxa de juros, e o chairman da instituição e a ata do último encontro de política monetária do Fed já indicaram isso na semana passada.
Os dados do relatório do mercado de trabalho dos EUA, na próxima sexta-feira (7), serão, assim, um bom teste para o mercado, uma vez que um enfraquecimento dos números pode reforçar essa leitura, favorecendo a manutenção de recursos hoje aplicados em países emergentes como o Brasil.
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A trégua comercial entre EUA e China também segue no foco, depois que, em uma releitura, os investidores avaliaram que o encontro do final de semana ainda trouxe resultados muito pouco palpáveis e é preciso ver com andarão as negociações entre os países nos próximos 90 dias.
Internamente, as atenções se voltam novamente para a possibilidade de votação do projeto de cessão onerosa no Senado, após vários adiamentos. A aprovação permitirá leilão bilionário que ajudará o novo governo no ajuste das contas públicas.
A reforma da Previdência, principal aposta para esse ajuste, entretanto, ainda terá que ser negociada sob o chapéu do governo Jair Bolsonaro.
As declarações do futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, nesse sentido, no entanto, podem conter um pouco o otimismo do mercado, uma vez que avisou que o próximo governo não quer uma reforma apressada, embora a expectativa seja aprová-la no primeiro ano.
O Banco Central anunciou que fará hoje mais um leilão de linha – venda com compromisso de recompra – com oferta de até US$ 1 bilhão, com o objetivo de dar liquidez ao mercado. No final de novembro, a autoridade já havia injetado US$ 3 bilhões em novos leilões de linha, além de ter rolado todo o vencimento de US$ 1,250 bilhão que venciam neste dia 4.
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A autoridade também realiza nesta sessão leilão de até 13,83 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de janeiro, no total de US$ 10,373 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la nas próximas três semanas, como previu o BC em nota, terá feito a rolagem integral.