O dólar terminou o último pregão do ano em queda e abaixo de R$ 3,90, mas fechou dezembro de 2018 em alta, sob influência principalmente do mercado internacional, que deve seguir impactando os negócios no início de 2019 em meio às preocupações com o desfecho da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
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A moeda norte-americana recuou 0,48%, a R$ 3,8757 na venda hoje (28), encerrando dezembro em alta de 0,52%. Em novembro, a moeda havia subido 3,58%. No ano, o dólar ficou 16,94% mais caro ante o real. Foi o segundo ano seguido de elevação: em 2017, a moeda havia avançado 1,99%.
Na mínima desta sexta-feira, a moeda foi a R$ 3,8306 e, na máxima, a R$ 3,8964. O dólar futuro rondava a estabilidade.
“A expectativa do mercado em relação ao governo Bolsonaro segue positiva… se o exterior deixar, há espaço para o dólar se acomodar mais para baixo”, avaliou o economista-chefe do UBS Brasil e ex-diretor do Banco Central, Tony Volpon.
O exterior foi uma das principais razões a pressionar a alta do dólar ante o real, diante das preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China e seus impactos sobre o crescimento econômico mundial.
Indicadores recentes mostraram arrefecimento na China e os dados dos EUA também começam a indicar alguma indecisão, o que pode levar o banco central norte-americano a ser ainda mais dovish (brando) na sua ação do que foi em sua retórica no último encontro de política monetária deste ano.
Na ocasião, o Fed reduziu a duas, de três, o número de altas de juros em 2019, mas o mercado espera que a autoridade possa reduzir esse número ou até mesmo nem subir os juros no ano que inicia na próxima semana.
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Esse também é um dos assuntos no foco do mercado em 2019, enquanto que, do lado doméstico, os trabalhos do novo governo também estão na mira e podem ajudar o câmbio a se acomodar num patamar mais baixo.
Nesta sexta-feira, declarações do vice-presidente eleito, General Mourão, ajudaram nesse sentido. Em entrevista a dois jornais, ele defendeu o aproveitamento da proposta de reforma da Previdência que já tramita no Congresso pelo governo Jair Bolsonaro, a fim de que a medida seja aprovada pelo parlamento ainda no primeiro semestre de 2019. Também defendeu que a proposta seja aprovada de uma única vez.
“A declaração de Mourão sobre a votação da reforma da Previdência única, e não fatiada, tem grande importância. O mercado tem pressa, quer ação”, destacou o operador de câmbio da corretora Advanced Corretora Alessandro Faganello.
O desempenho do dólar ante o real também acompanhou a trajetória de queda global da moeda norte-americana ante outras divisas nesta sexta-feira, em dia de recuperação dos ativos com algum alívio na cautela recente.
O dólar cedia ante a cesta de moedas e também ante as divisas emergentes, como o rand sul-africano, num movimento também ajudado pelo avanço dos preços do petróleo no mercado internacional.
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