O dólar terminou o dia (14) em alta e na casa de R$ 3,90, em sintonia com a maior aversão ao risco no exterior após dados fracos sobre as principais economias reacenderem as preocupações com a desaceleração global.
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A moeda norte-americana avançou 0,63%, a R$ 3,9046 na venda, acumulando, na semana, alta de 0,37%.
Foi a sétima semana seguida de valorização, período em que ficou 6,84% mais caro, sob pressão da saída de recursos e do cenário externo.
Na mínima, foi a R$ 3,8882 e, na máxima, a R$ 3,9228. O dólar futuro tinha elevação de 0,20%.
“A desaceleração chinesa e europeia reflete os prejuízos causados pela prolongada indefinição comercial entre Estados Unidos e China”, disse o operador da Advanced Corretora Alessandro Faganello.
As vendas no varejo da China cresceram em novembro no ritmo mais fraco desde 2003 e a produção industrial aumentou à taxa mais fraca em quase três anos uma vez que a economia perdeu ainda mais força, aumentando a pressão sobre Pequim para acabar com a disputa comercial com os Estados Unidos.
Na Europa, as empresas se expandiram ao ritmo mais lento em mais de quatro anos em dezembro, segundo o índice de Gerentes de compras (PMI). A informação se somou às previsões menores para o crescimento econômico e inflação feitas na véspera pelo Banco Central Europeu (BCE) para a zona do euro.
Os investidores ignoraram os fortes dados das vendas no varejo dos EUA e o anúncio de Pequim de que suspenderiam as tarifas adicionais sobre veículos e autopeças fabricados nos Estados Unidos por três meses, a partir de 1º de janeiro.
O euro caiu ante o dólar. A moeda norte-americana, por sua vez, subiu ante a cesta de moedas e ante divisas de países emergentes, como a lira turca.
O dólar também avançava ante o rublo, depois que o banco central do país subiu a taxa básica de juros, contrariando as expectativas majoritárias de manutenção.
Os investidores também seguiram acompanhando as negociações sobre o Brexit, no Reino Unido, e também para um acordo entre União Europeia e Itália sobre o orçamento do país para 2019.
A Comissão Europeia havia rejeitado a proposta anterior de orçamento, que estabelecia meta de déficit em 2,4% do Produto Interno Bruto anual da Itália, mas após semanas de ataques recíprocos o primeiro-ministro Giuseppe Conte anunciou que está reduzindo a meta para 2,04%.
Já sobre o Reino Unido, a tentativa da primeira-ministra Theresa May de obter garantias da UE para seu acordo do Brexit foi considerada por adversários como um fracasso humilhante que não serviu em nada para romper o impasse parlamentar sobre a separação britânica do bloco.
O BC vendeu nesta sessão 13,83 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 6,915 bilhões do total de US$ 10,373 bilhões que vence em janeiro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final da semana que vem, terá feito a rolagem integral.