O dólar subia ante o real e voltou ao nível de R$ 3,90 hoje (6), em dia de aversão global ao risco após a prisão de uma executiva da gigante chinesa Huawei, intensificando os temores de guerra comercial entre Estados Unidos e China poucos dias depois de um encontro histórico entre os presidentes dos dois países.
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Às 10:41, a moeda norte-americana avançava 0,77%, a R$ 3,8981 na venda, após bater a máxima de R$ 3,9058. O dólar futuro tinha avanço de cerca de 0,7%.
“É negativo para a China…e se é negativo para a China é também para os países emergentes. É dólar mais forte…sugere menos exportações do Brasil”, avaliou a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte.
Meng Wanzhou, vice-presidente financeira da Huawei e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, foi presa em Vancouver e enfrenta uma possível extradição para os EUA por supostas violações de sanções dos EUA.
A notícia afetou as esperanças de que fossem amenizadas as tensões comerciais Estados Unidos e Chinas depois da trégua de 90 dias acertada entre as partes no último sábado (1).
O episódio é mais um a se somar à aversão ao risco global. Na véspera, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, já tinha dito que seria forçado a responder se os EUA saírem do Tratado de Controle de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), um dia depois de os norte-americanos darem um ultimato de 60 dias aos russos.
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Em meio à tensão geopolítica e guerra comercial, o achatamento da curva de juros norte-americana no começo da semana também levantou preocupações sobre uma possível recessão na maior economia do planeta.
Nesta quinta-feira (6), o dólar rondava a estabilidade ante a cesta de moedas, mas subia ante as divisas emergentes, como o peso chileno e o rublo.
Internamente, os investidores estão cautelosos com o novo governo e as indefinições sobre reforma da Previdência e a cessão onerosa.
“Acho que é cedo para sabermos como será a articulação do governo, vamos ter condição de avaliar em janeiro ou fevereiro. Mas o mercado está ansioso… é mais um ponto negativo a pressionar o câmbio”, acrescentou Fernanda.
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O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,6 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de dezembro, no total de US$ 12,217 bilhões. Se mantiver essa oferta diária até dia 21 e vendê-la integralmente, terá concluído a rolagem total.
“Se a situação de fato se agravar para emergentes, o BC pode reforçar a oferta de swap”, comentou a especialista do Ourinvest.