A vice-presidente financeira da gigante de telecomunicações chinesa Huawei Technologies deve voltar a um tribunal canadense hoje (10), onde vai lutar por sua liberdade com a ajuda da pressão de Pequim, contra as alegações dos promotores de que ela não é confiável.
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A executiva Meng Wanzhou foi presa pelas autoridades canadenses no dia 1º de dezembro a pedido dos Estados Unidos. A China criticou fortemente sua detenção e exigiu sua libertação imediata. Sua prisão agitou os mercados globais, já que os investidores temem que isso possa minar as tentativas de reduzir as tensões comerciais entre os EUA e a China.
Meng, de 46 anos, enfrenta acusações dos EUA de ter enganado bancos multinacionais sobre o controle da Huawei sobre uma empresa que opera no Irã, colocando os bancos em risco de violar as sanções dos EUA e incorrer em severas penalidades, mostraram documentos judiciais. Autoridades norte-americanas alegam que a Huawei estava tentando usar os bancos para retirar dinheiro do Irã.
Separadamente, a Huawei aparentemente sofreu outro revés no Japão, com as três principais empresas de telecomunicações do país decidindo não usar mais equipamentos da empresa e da ZTE Corp, informou nesta segunda-feira 910) a “Kyodo News”.
Na semana passada, fontes disseram à Reuters que o Japão planejava proibir as compras governamentais de equipamentos da Huawei e da ZTE para se proteger contra vazamentos de inteligência e ataques cibernéticos. Preocupações semelhantes deixaram a Huawei praticamente bloqueada do mercado norte-americano e outros países. A empresa têm insistido repetidamente que Pequim não tem influência sobre ela.
Meng, que é filha do fundador da empresa, foi detida durante a transferência de voos no Canadá e compareceu em um tribunal na sexta-feira (7) para sua audiência de fiança. Depois de quase seis horas de argumentos e contra-argumentos, a audiência foi adiada até esta segunda-feira.
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Promotores canadenses argumentaram contra sua liberdade sob fiança, enquanto ela aguarda a extradição para os Estados Unidos. Mas Meng defendeu que deveria ser libertada sob fiança devido uma hipertensão grave, mostraram documentos judiciais divulgados ontem (9).
Em um depoimento juramentado, a executiva disse que é inocente das alegações e as contestará em julgamento nos Estados Unidos se ela for entregue ao país.
Nesta segunda-feira, o juiz que acompanha o caso pode decidir libertar Meng sob várias condições, incluindo vigilância eletrônica, ou mantê-la na cadeia, segundo alguns especialistas legais.
Os EUA têm 60 dias para apresentar uma solicitação formal de extradição; se sua evidência convencer um juiz de que o caso tem mérito, o ministro da Justiça do Canadá decidirá se extraditará Meng.
A China criticou fortemente sua detenção e exigiu sua libertação imediata, ameaçando “consequências” para o Canadá, se não o fizer. Falando em Pequim na segunda-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang, disse que “depende totalmente do Canadá” quais seriam essas consequências se “não manejarem corretamente” a situação com Meng.