Procuradores de Tóquio indiciaram oficialmente hoje (10) o ex-presidente do conselho de administração da Nissan Motor Carlos Ghosn por subdeclaração de renda, e prorrogaram sua detenção devido à suspeita de conduta financeira irregular adicional. Os procuradores também indiciaram a Nissan por apresentar declarações financeiras falsas, tornando a montadora japonesa culpável pelo escândalo que tem chocado a indústria automobilística.
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Ghosn foi preso em 19 de novembro sob suspeita de conspirar para subdeclarar seus rendimentos em cerca de metade dos atuais 10 bilhões de ienes (US$ 88 milhões) durante cinco anos a partir de 2010. Ele está detido em uma prisão de Tóquio para interrogatório deste então, mas ainda não havia sido oficialmente indiciado. Procuradores também emitiram um novo mandado de prisão contra ele hoje por supostamente subdeclarar sua renda por outros três anos, até março de 2018.
A Nissan, que demitiu Ghosn do cargo de presidente do conselho de administração dias após sua prisão, tem dito que a fraude foi planejada pelo antes respeitado executivo com a ajuda do ex-diretor-representante Greg Kelly, que também foi oficialmente indiciado pela primeira vez hoje.
Ghosh e Kelly não emitiram nenhum comunicado por meio de seus advogados, mas a mídia japonesa reportou que ambos negaram as alegações. Ligações para o advogado de Ghosn, Motonari Otsuru, não foram respondidas. Depois que o indiciamento foi anunciado, a Nissan disse levar a situação a sério.
“Fazer declarações falsas em relatórios financeiros compromete gravemente a integridade das declarações públicas da Nissan no mercado de valores mobiliários, e a companhia expressa seu mais profundo arrependimento”, disse em comunicado.
O órgão regulador dos mercado mobiliários do Japão, Securities and Exchange Surveillance Commission, disse que o crime prevê multa de até 700 milhões de ienes (US$ 6,21 milhões).