O SoftBank deve levantar 2,65 trilhões de ienes (US$ 23,5 bilhões) na maior oferta pública inicial (IPO) do Japão – uma venda de ações amplamente vista como a conclusão de um processo de transição do grupo de telecomunicações domésticas para uma tecnologia global monolítica.
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A unidade de telecomunicações do grupo precificou suas ações hoje (10) em 1.500 ienes cada, conforme indicado anteriormente.
A empresa também disse que venderá todas as ações extras reservadas para o excesso de demanda, elevando o total para perto do recorde de US$ 25 bilhões arrecadados em 2014 pelo gigante do comércio eletrônico chinês Alibaba Group Holding, uma empresa do portfólio do SoftBank.
“A demanda estava bem acima do número de ações em oferta”, disse o SoftBank, sem informar quanto.
O grupo, que controla o maior fundo de private equity de tecnologia do mundo, com cerca de US$ 100 bilhões, usará os recursos para investir em startups que vão desde pequenas desenvolvedoras de jogos até o gigante norte-americano Uber.
A estreia da ação na Bolsa de Valores de Tóquio está prevista para 19 de dezembro.
CONTEXTO PROBLEMÁTICO
A precificação do IPO surge apenas alguns dias depois que o terceiro maior provedor de rede de telefonia móvel do Japão, por número de assinantes, sofreu uma rara interrupção do serviço em todo o país. O SoftBank disse que a interrupção não afetaria seus ganhos ou previsão de dividendos.
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Mas outras causas de preocupação são abundantes. O governo quer ver um declínio nas tarifas de telefonia móvel, assim como a concorrência deve aumentar com a entrada da empresa de comércio eletrônico Rakuten no mercado no próximo ano.
Nesta segunda-feira (10), a “Kyodo News” informou que o SoftBank não utilizará mais os equipamentos da Huawei para sua rede atual, assim como para o 5G. A empresa disse à Reuters que estava observando de perto a política do governo.
Além disso, no início do processo de IPO, os laços do SoftBank com a Arábia Saudita – cuja contribuição representa quase a metade de seu enorme Vision Fund – fizeram os investidores suarem depois que as forças de segurança sauditas foram implicadas no assassinato de um jornalista dissidente.