O juiz que avalia o pedido de recuperação judicial da Avianca Brasil decidiu ontem (11) suspender processos de retomada de pelo menos 14 aviões da companhia, ou 30% da frota da empresa, segundo dados da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo. A Avianca fez pedido de recuperação judicial na segunda-feira (10).
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Na decisão de ontem, o juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi determinou ainda a permanência das concessões e autorizações detidas pela empresa junto à Anac, bem como a permissão de continuidade de comercialização de passagens aéreas, “esta última imprescindível para a manutenção da atividade empresarial e não agravamento da situação econômico-financeira” da empresa.
Procurado, o escritório de advocacia Siqueira Castro, representante da Avianca Brasil no pedido, não comentou o assunto ou o valor da dívida listada pela empresa no pedido de recuperação judicial. A empresa também não se pronunciou. Mas uma fonte com conhecimento do assunto ouvida pela Reuters disse que a companhia aérea tem dívida de cerca de R$ 500 milhões.
Limongi decidiu também dar garantia para que aeroportos em que a Avianca Brasil opera mantenham “permissão de acesso e uso da infraestrutura e serviços aeroportuários necessários à prestação do serviço público de transporte aéreo”.
No pedido de recuperação, a Avianca afirmou que a retomada dos aviões vai impedir viagens de cerca de 77 mil passageiros que compraram passagens entre os 10 e 31 de dezembro.
Mais cedo, analistas do Itaú BBA consideraram que os maiores beneficiários da recuperação judicial da Avianca Brasil seriam as rivais Gol e Latam, que possuem alto nível de sobreposição de rotas com a empresa.
Ontem, as ações da Gol dispararam 13%, realizando lucros nesta quarta-feira ao exibirem queda de 0,4% às 11h39, enquanto o Ibovespa tinha alta de 1,14%. A Azul tinha oscilação positiva de 0,58% e a Latam, em Santiago, mostrava alta de 0,84%.