A Petrobras prevê investir US$ 84,1 bilhões nos próximos cinco anos, um aumento de quase US$ 10 bilhões na comparação com o plano anterior, com o setor de exploração e produção de petróleo e gás mantendo a maior parte dos aportes, informou a companhia hoje (5).
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O plano de negócios para 2019 a 2023, aprovado na véspera pelo conselho de administração da empresa, supera os investimentos de US$ 74,5 bilhões previstos entre 2018 a 2022 e ainda indica potenciais vendas de ativos de US$ 26,9 bilhões no período do plano.
Embora o foco da companhia nos próximos anos deva continuar em petróleo e gás, a estatal destacou que o programa também prevê mais espaço para outras fontes de energia nos negócios no horizonte até 2040. A empresa ainda delineou alguns objetivos de redução de emissões de carbono, em linha com gigantes globais.
“A exploração e produção continua como o mais importante motor de geração de valor da companhia, permanecendo o foco no desenvolvimento da produção em águas profundas, notadamente nas áreas do pré-sal”, disse a estatal, notando que a empresa também buscará parcerias em negócios de energia elétrica renovável, “como um novo motor de geração de valor com foco no futuro sustentável da companhia”.
O novo plano ainda incorporou métrica de retorno sobre o capital empregado (ROCE) acima de 11% em 2020, e previu dívida líquida/Ebitda ajustado abaixo de 1,5 vez em 2020.
Do total previsto até 2023, a Petrobras estimou investimentos de US$ 68,8 bilhões em exploração e produção de petróleo e gás e US$ 8,2 bilhões em refino, transporte e comercialização. No plano anterior, E&P tinha previsão de receber US$ 60,3 bilhões, enquanto refino e gás, US$ 13,1 bilhões.
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Em 2019, o crescimento da produção de óleo será de 10% no Brasil e de 7% na produção total, em virtude da entrada em operação de cinco novos sistemas em 2018 e mais três em 2019.
“Ao longo do plano, está prevista a entrada em operação de 13 novos sistemas. Para o período entre 2020 e 2023, a produção total de óleo e gás natural terá um crescimento médio de 5% ao ano”, destacou a Petrobras.
A petroleira ainda estima investir US$ 5 bilhões em gás e energia, US$ 300 milhões em petroquímica e US$ 400 milhões em energias renováveis até 2023.
A Petrobras disse ainda que dará continuidade ao plano de desinvestimentos, prevendo potencial entrada de recursos de US$ 26,9 bilhões no período do plano.
“O plano prevê o reposicionamento em refino, por meio de parcerias nos clusters Nordeste e Sul, que representam 40% da capacidade de refino instalada no Brasil, permitindo o compartilhamento dos riscos do negócio e o estabelecimento de um setor mais dinâmico, competitivo e eficiente, além de geração de liquidez para a companhia”, afirmou a empresa no comunicado.
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No início de novembro, a empresa informou que não atingiria sua meta de desinvestimentos de US$ 21 bilhões para o biênio 2017 e 2018, devido a impasses judiciais para vender importantes ativos, como a unidade de gasodutos no Nordeste (TAG) e fatias em refinarias.
“A Petrobras dará continuidade aos projetos de desinvestimentos já anunciados e continuará com parcerias e desinvestimentos orientados pela gestão ativa de portfólio…”, afirmou.
FINANCIABILIDADE
Pela disciplina de custos, redução da dívida e compromisso com a rentabilidade, a companhia afirmou que terá uma geração de fluxo de caixa livre “robusta” no período do plano.
As iniciativas de desinvestimentos e parcerias, associadas a uma geração operacional de caixa estimada em US$ 114,2 bilhões no horizonte do plano – após dividendos, impostos e contingências – permitirão à Petrobras realizar seus investimentos e reduzir seu endividamento, “sem necessidade de novas captações líquidas” até 2023.
“A companhia buscará uma estrutura ótima de capital, com alavancagem… em torno de 255”, disse a empresa, acrescentando que “será mantida a política de remuneração aos acionistas, e eventual alteração na distribuição de dividendos levará em conta a redução dos indicadores de endividamento e novas oportunidades de investimento”.
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Segundo a empresa, a busca por eficiência e o custo de extração no pré-sal inferior a 7 dólares/boe conduzirão o custo de extração médio para níveis inferiores a 10 dólares/boe a partir de 2020.
A Petrobras prevê preço do barril de petróleo Brent em US$ 66 em 2019, US$ 67 em 2020 e US$ 72 em 2021, um valor que subirá para US$ 75 em 2022 e 2023. A taxa de câmbio deverá variar de R$ 3,6 por dólar em 2019 a R$ 3,8 por dólar em 2023.
SUSTENTABILIDADE
O plano, disse a estatal, também trouxe “um compromisso com a descarbonização de processos e produtos, com estabelecimento de crescimento zero das emissões absolutas operacionais no horizonte até 2025 tendo 2015 como referência, mesmo com o aumento da produção”.
A empresa estabeleceu metas de redução de intensidade de emissões em 32% do E&P e 16% no refino entre 2015 e 2025, quando atingiremos 15 kg CO2e/boe no E&P e 36 kg CO2e/t CWT no refino.