O dólar operava com queda ante o real no pregão na manhã de hoje (29), à medida que o mercado volta suas atenções para uma semana intensa no exterior, com o início da reunião de política monetária do Federal Reserve e expectativa pela nova rodada de negociações comerciais entre EUA e China.
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Às 10:05, a moeda norte-americana recuava 0,75%, a R$ 3,7373 na venda, após fechar na véspera com queda de 0,17%, a R$ 3,7655. O dólar futuro recuava cerca de 0,7%.
Nos Estados Unidos, membros do Federal Reserve se reúnem nesta terça-feira para o primeiro dia da reunião de política monetária, em que o banco deverá sinalizar uma pausa no ciclo de aperto monetário, além de reconhecer que há riscos crescentes à maior economia do mundo.
O mercado também aguarda com cautela a nova rodada de negociações comerciais entre EUA e China, com a visita do vice-premiê chinês, Liu He, prevista para amanhã (30).
“É uma situação que, embora os mercados estejam acreditando num avanço das conversas, e é provável que elas caminhem em direção a uma redução das tensões, ainda tem muita coisa em aberto”, afirmou o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto.
Na noite de segunda-feira, autoridades norte-americanas anunciaram acusações formais contra a chinesa Huawei, elevando as tensões da disputa comercial entre as duas maiores economias globais. “A questão da Huawei mostra que, no fundo, ainda há uma coisa que não está muito bem resolvida entre os dois países”, afirmou o economista.
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Já no Reino Unido, onde ainda não há decisão sobre o acordo de Brexit a dois meses do fim do prazo, o Parlamento britânico se reúne nesta terça-feira para votar quais mudanças gostariam que May fizesse ao acordo negociado por ela.
Internamente, o mercado está na expectativa pelo início dos trabalhos no Legislativo, na sexta-feira (1), com a escolha dos presidentes da Câmara e Senado, e monitora a recuperação do presidente Jair Bolsonaro, que passou por cirurgia de reversão da colostomia na segunda-feira.
A expectativa é que, mesmo durante a recuperação em São Paulo, Bolsonaro possa avançar com definições sobre a reforma da Previdência, muito aguardada pelo mercado.
“O real tem mantido uma certa resiliência (ante o dólar) com a expectativa de que a agenda interna vai caminhar”, ponderou Campos Neto.
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Embora não tenha a priori impacto direto na moeda, participantes do mercado têm no radar os desdobramentos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), que derrubou as ações da mineradora em mais de 24% na segunda-feira, o pior desempenho da história.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de fevereiro, no total de US$ 13,398 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.