O dólar opera em leve alta na sessão de hoje (24), após queda de pouco mais de 1% ontem (23), acompanhando a movimentação da moeda no exterior em dia que deve ser de baixo volume antes do feriado em São Paulo.
LEIA MAIS: Após seis altas, dólar fecha em queda de 1,1%
Às 11h23, a moeda norte-americana avançava 0,52%, a R$ 3,7827 na venda, após fechar na véspera com queda de 1,11%, a R$ 3,7633, interrompendo seis pregões de alta. O dólar futuro operava em alta de cerca de 0,7%.
Em pregão que deve ser de baixo volume, devido ao feriado municipal em São Paulo amanhã (25), investidores observam o exterior, onde a reunião do Banco Central Europeu (BCE) pode pressionar a moeda, o que, por sua vez, poderá influenciar o câmbio no Brasil.
Após indicadores fracos de atividade na Alemanha e França, duas das maiores economias do bloco, o BCE pode dar alguma sinalização no sentido de menor crescimento econômico, somando-se às preocupações de mais cedo na semana.
“O PMI composto da zona do euro acabou vindo apenas um pouco acima da marca dos 50 que separa crescimento de contração, dando uma leitura de que a economia por lá está a um passo da recessão. Essa visão acaba reforçando a tese de um Banco Central Europeu tendo que manter uma política monetária mais frouxa por lá”, afirmou a corretora Coinvalores em nota.
No lado doméstico, a reforma da Previdência segue no radar do mercado no último dia de participação do governo em Davos, onde Bolsonaro e Guedes devem prosseguir com reuniões com lideranças e investidores estrangeiros.
Na quarta-feira, o dólar registrou seu primeiro recuo após seis pregões de alta, com o mercado otimista após comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a reforma.
VEJA TAMBÉM: Dólar recua levemente ante real
Em entrevista à Reuters nesta quinta-feira, o ministro afirmou que a proposta de reforma da Previdência que está sendo estruturada pelo governo pode render uma economia de R$ 700 bilhões a R$ 1,3 trilhão em 10 anos, podendo chegar a dois terços a mais que o esforço do governo anterior, que falhou.
Enquanto isso, uma importante fonte do Ministério da Economia explicou que o governo vai usar o discurso de justiça social e combate às fraudes como principal arma na estratégia de comunicação da reforma da Previdência para aprová-la no Congresso até o meio do ano.
Embora parte do mercado siga no aguardo por sinalizações mais contundentes da parte de Guedes, outros investidores entendem que as informações divulgadas até o momento sobre a Previdência são suficientes.
“As declarações dele não ficam no vazio, mas ele não pode chegar lá e dizer que em 20 dias vai estar tudo resolvido. O tópico principal é: precisamos fazer a reforma”, afirmou o estrategista de renda-fixa de Coinvalores Corretora, Paulo Celso Nepumoceno. “O resto depende do Congresso, não adianta o Paulo Guedes ficar falando lá e não conseguir chegar aqui e fazer.”
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de fevereiro, no total de US$ 13,398 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.