Os Estados Unidos irão prosseguir com a extradição formal da executiva Meng Wanzhou, da empresa chinesa de tecnologia Huawei, que foi presa pelo Canadá no final de 2018. Em reação, a China prometeu responder às ações de Washington. Em entrevista ao jornal canadense “Globe and Mail”, o embaixador canadense nos EUA, David MacNaughton, disse que os EUA informaram ao Canadá que irão solicitar a extradição de Meng, mas o embaixador não disse quando o pedido será feito. O prazo para apresentar a solicitação é o dia 30 de janeiro, 60 dias depois da prisão de Meng no dia 1º de dezembro em Vancouver.
LEIA MAIS: Japão avalia proibir compras governamentais da Huawei e ZTE
Meng, filha do fundador da Huawei Technologies , Ren Zhengfei, foi presa a pedido dos EUA por supostas violações de sanções norte-americanas contra o Irã. Ela foi solta mediante pagamento de fiança no mês passado e tem uma audiência marcada em Vancouver no dia 6 de fevereiro.
As relações entre a China e o Canadá têm se desgastado após a prisão, com Pequim detendo dois cidadãos canadenses e condenando à morte um canadense anteriormente considerado culpado de tráfico de drogas. A China não relaciona nenhum dos casos dos três canadenses à prisão de Meng, mas tem advertido sobre graves consequências se ela não for imediatamente liberada. Diplomatas do Ocidente e ex-diplomatas canadenses têm dito não ter nenhuma dúvida de que os casos estão relacionados.
A Huawei, a maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo, disse não ter comentários sobre procedimentos legais em andamento, em resposta a solicitação de comentário feita pela Reuters nesta terça-feira. Um porta-voz do Departamento de Justiça dos EUA disse: “Nós iremos comentar através de nossas petições”.
LEIA TAMBÉM: Noruega considera excluir Huawei das redes 5G
O Ministério de Relações Exteriores da China reiterou, nesta terça-feira, o pedido pela liberação imediata de Meng e disse que o caso da executiva claramente “não é um caso judicial normal”. Qualquer um com bom julgamento determinaria que o Canadá cometeu um “grave erro” nesta questão, disse a porta-voz do ministério Hua Chunying durante coletiva de imprensa. “O Canadá e os Estados Unidos arbitrariamente abusaram de seu tratado de extradição bilateral para violar gravemente a segurança e os direitos legais de uma cidadã chinesa”, disse Hua.
A China “pede veementemente” que os Estados Unidos corrijam o seu “erro”, cancelem a ordem de prisão contra Meng e não façam o pedido formal de extradição, acrescentou. Questionada se a China irá retaliar se Meng for extraditada, Hua disse, “A China irá, claro, responder às ações dos EUA”. Ela não entrou em detalhes.
O Departamento de Justiça do Canadá não respondeu de imediato a pedido por comentário feito fora do horário normal de funcionamento.