O dólar teve seu segundo pregão consecutivo de queda firme e terminou a quinta-feira na casa de R$ 3,75, o menor nível desde meados de novembro passado, sob influência do otimismo do mercado financeiro com o governo Jair Bolsonaro, com a aversão ao risco no exterior ficando em segundo plano na sessão. O dólar recuou 1,46%, a R$ 3,7539 na venda, menor valor desde os R$ 3,7399 de 16 de novembro. Nestes dois pregões do ano, acumulou recuo de 3,14%. Na mínima, atingiu R$ 3,7387 e, na máxima, foi a R$ 3,8088. O dólar futuro tinha baixa de 0,80%.
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“Estaremos suscetíveis à volatilidade externa, mas existe espaço para que os ativos locais continuem mostrando desempenho relativo mais positivo enquanto for factível acreditar nas reformas econômicas e no bom andamento do novo governo”, escreveu o estrategista da empresa de gestão de recursos e ativos TAG Investimentos, Dan Kawa.
A primeira reunião ministerial do governo de Jair Bolsonaro aconteceu nesta quinta-feira e o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, informou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, fará uma apresentação sobre a proposta de reforma da Previdência — um dos temas mais caros ao mercado — ao presidente Jair Bolsonaro na próxima semana.
Na véspera, em seu discurso durante transmissão de cargo, Guedes já havia feito veemente defesa do controle dos gastos públicos e da diminuição do tamanho do Estado brasileiro, elegendo a reforma da Previdência como prioridade número um, mas prometendo, em paralelo, medidas infraconstitucionais de ajuste.
O mercado internacional, entretanto, tinha um dia de aversão ao risco após a Apple emitir alerta de receita diante da expectativa de menores vendas na China, que sofre os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos. A notícia reforçou o alerta entre os investidores sobre a desaceleração econômica global e levou à busca de ativos mais seguros, como o iene.
O movimento ganhou força também após o dado da atividade da indústria nos EUA, que ficou em 54,1 em dezembro, abaixo dos 57,9 previstos em pesquisa Reuters. Antes, o número maior de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA já tinha anulado os dados mais fortes de criação de vagas no mercado privado de trabalho dos Estados Unidos.
O dólar caía ante a cesta de moedas, mas subia ante as divisas emergentes, como o peso mexicano. O BC vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 1,34 bilhão do total de 13,398 bilhões de dólares que vencem em fevereiro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
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