Um aplicativo de propaganda do governo chinês que recentemente se tornou um grande sucesso foi desenvolvido pelo Alibaba, disseram à Reuters duas fontes da companhia, em um momento em que as empresas de tecnologia do país estão sob questionamento global sobre seus laços com Pequim.
LEIA MAIS: Alibaba tem aumento de receita mais fraco em 3 anos
“Xuexi Qiangguo“, traduzido literalmente como “Estude para tornar a China forte”, busca aproveitar a propaganda do governo para aplicar os pensamentos do presidente Xi Jinping. O app já superou o Tik Tok e o WeChat e se tornou o mais popular da China na última semana.
O aplicativo foi desenvolvido por uma equipe de projetos especiais – em grande parte desconhecida no Alibaba – batizada de “Unidade de Projetos de Negócios Y”, que assume iniciativas de desenvolvimento fora da empresa, disseram as fontes.
O Alibaba, listado em Nova York, não quis comentar se a unidade de negócios desenvolveu o aplicativo.
A iniciativa da gigante de tecnologia, cujo presidente é Jack Ma, membro do Partido Comunista, é o mais recente exemplo de companhia do país a colaborar com o governo.
O departamento de propaganda do país liberou o aplicativo pouco antes do Congresso Nacional do Povo, em Pequim, o principal encontro anual parlamentar da China.
VEJA TAMBÉM: Em hotel do Alibaba, robôs entregam toalhas e drinques
O recurso, que inclui vídeos curtos, notícias do governo e questionários, foi criado por uma equipe do Alibaba. Um usuário do próprio aplicativo de mensagens do Alibaba, o DingTalk, pode usar suas credenciais de login para entrar no Xuexi Qiangguo. O Alibaba disse que o aplicativo foi criado usando o software do DingTalk.
O aplicativo foi baixado mais de 43,7 milhões de vezes em dispositivos Apple e Android desde seu lançamento em janeiro, de acordo com estimativas da empresa estatal de consultoria Qimai, de Pequim.
Não ficou claro se o Alibaba, ou quem iniciou o desenvolvimento, tem receita com o aplicativo.
Pelo menos parte da popularidade do aplicativo pode ser atribuída a diretrizes emitidas por governos locais e universidades que exigem que as pessoas na grande rede de membros do partido façam download do app.