Ações da Coca-Cola caminhavam para seu pior dia em mais de 10 anos após a previsão de desaceleração das vendas em 2019, dado o impacto de um dólar mais forte em meio a crescente incerteza econômica global e demanda menor por refrigerantes em alguns mercados.
LEIA MAIS: Nestlé, Unilever e Coca-Cola fazem ofertas pela Horlicks
As ações caíam mais de 7%, também pressionadas mais amplamente por dados de varejo que mostraram uma queda surpreendente nas vendas do setor nos EUA em dezembro.
Um dólar mais forte é uma dor de cabeça adicional para empresas como Coca-Cola e PepsiCo, que já estão lutando com o aumento dos custos de frete e de commodities mesmo gastando muito em bebidas não-carbonatadas para atrair os consumidores preocupados com a saúde.
A Coca-Cola, que tem quase dois terços de sua receita vinda dos mercados internacionais, afirmou que o Oriente Médio, a Argentina e a Turquia são particularmente fracos e pesam sobre as vendas no primeiro semestre de 2019.
“Queremos ser prudentes na orientação de nossas perspectivas, dado o ambiente macroeconômico”, disse o presidente-executivo da companhia, James Quincey, em teleconferência após divulgação de balanços.
Para combater custos crescentes, a Coca-Cola elevou os preços das bebidas, mas isso se deu às custas da demanda, com os volumes caindo 1% na América do Norte no quarto trimestre, enquanto na América Latina o recuo foi de 2%.
A Coca-Cola projetou lucro anual entre US$ 2,06 e US$ 2,10 por ação, muito abaixo da estimativa média de US$ 2,23.
A receita caiu 6% no quarto trimestre, para US$ 7,1 bilhões. Analistas estimaram vendas de US$ 7,03 bilhões, segundo dados do IBES da Refinitiv.