O velho grito dos marinheiros ao avistar uma baleia está ganhando novo significado à medida que cientistas recorrem a drones para coletar amostras expelidas pelos mamíferos e acompanhar sua saúde.
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A pesquisadora marinha Vanessa Pirotta, da Universidade Macquarie, em Sydney, diz que um drone foi usado pela primeira vez para coletar muco de uma jubarte no mar, em uma técnica que pode ajudar a monitorar a saúde das baleias em todo o mundo. “Nós estamos coletando aquela nuvem visível de spray saindo dos animais quando eles vêm à superfície para respirar”, disse ela à Reuters Television. “Essa abordagem pode, em última análise, permitir uma melhor compreensão dos padrões e causadores da emergência de doenças em populações selvagens”, disseram Vanessa e oito coautores em artigo publicado no periódico científico “Viruses”.
Os cientistas ainda acrescentaram que coletaram amostras de 19 baleias jubarte durante a migração anual para o norte, que vai da Antártica ao norte da Austrália.
O spray é coletado em uma placa de petri anexada em um drone, com uma tampa aberta pelo piloto da aeronave enquanto o drone voa sobre a baleia.
O método é menos invasivo do que utilizar um barco para se aproximar e coletar as amostras com uma vara, disse a pesquisadora, e representa um avanço em relação às técnicas anteriores, que dependiam de amostras de baleias encalhadas ou mortas para essa finalidade. “Nós podemos adaptar esse método para outras populações de baleias ao redor do mundo que não estão tão bem, como a baleia franca do atlântico norte.”
A proibição internacional da caça às baleias entrou em vigor em 1986, mas o Japão, que diz que comer baleia é parte de sua cultura, afirmou no ano passado que retomaria a caça comercial a partir de julho, em suas águas e na zona econômica exclusiva.