A elétrica EDP Brasil, do grupo português EDP Energias de Portugal, registrou lucro líquido de R$ 524 milhões no quarto trimestre de 2018, alta de 161,3% na comparação anual, em resultado ajudado pela entrada de recursos após a venda de pequenas hidrelétricas à norueguesa Statkraft. Os efeitos não recorrentes da alienação dos ativos ainda ajudaram a EDP Brasil a registrar no acumulado de 2018 o seu melhor resultado em 23 anos de operação no país, com um lucro líquido de R$ 1,3 bilhão, alta de 108% frente a 2017.
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Com negócios em geração, distribuição, transmissão e comercialização de energia, a EDP Brasil teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 847,3 milhões no quarto trimestre, 50,8% acima do visto em igual período de 2017. No ano, o Ebitda somou R$ 2,7 bilhões, avanço de 26,6%. A receita líquida da elétrica no trimestre foi de R$ 2,97 bilhões, recuo de 16,1% na comparação anual. Já no acumulado de 2018 foram R$ 12,86 bilhões, alta de 9,6% frente a 2017.
O presidente da EDP Brasil, Miguel Setas, disse que a venda das PCHs, concluída em dezembro, contribuiu com cerca de R$ 340 milhões para os resultados do trimestre e do ano. A transação foi anunciada em outubro e envolveu um total de R$ 704 milhões, incluindo dívidas. “É o maior lucro da empresa em sua história. Dobramos o resultado face ao ano passado. Esse trimestre encerrou um ano muito positivo em termos de resultados”, afirmou Setas.
A EDP Brasil deverá também dobrar os investimentos em 2019, apontou o executivo, para cerca de R$ 2,9 bilhões, contra R$ 1,4 bilhão em 2018. O aumento está associado à entrada da empresa no setor de transmissão, no qual arrematou a primeira concessão em 2016. Os aportes em transmissão deverão somar R$ 2 bilhões em 2019, contra R$ 600 milhões em distribuição. A EDP Brasil ainda pretende investir cerca de R$ 100 milhões em projetos de geração solar de pequeno porte, conhecidos como “geração distribuída”, afirmou Setas.
Aquisições
A entrada em transmissão de energia do Brasil deverá marcar um “novo ciclo” de investimentos para a EDP, que tem avaliado até aquisições no setor, após ter colocado em operação recentemente três grandes projetos hidrelétricos que ocuparam os esforços da companhia nos últimos anos. “Terminamos esse ciclo, e isso coincide para nós de uma forma positiva com o início de outro ciclo, que é o ciclo de crescimento na transmissão”, disse Setas.
Esse movimento, segundo ele, poderá passar por compras de projetos de transmissão já licitados pelo governo. “Nós olhamos em particular, no mercado da transmissão, para o mercado secundário de projetos, projetos que já estão licitados e estão em fase de construção ou licenciamento e podem ser uma fonte adicional de oportunidades de negócio”, afirmou.
A EDP Brasil estima que a transmissão vai representar cerca de 22% do Ebitda da companhia em 2022, saindo do zero em 2017. A diversificação dos negócios, segundo Setas, é uma das estratégias para reduzir riscos e garantir maior estabilidade e previsibilidade nos resultados.
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