Michael Cohen, ex-advogado pessoal e “solucionador de problemas” do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, chegou hoje (27) ao Congresso dos EUA para prestar um depoimento em que dirá que Trump sabia de antemão sobre um vazamento de e-mails que prejudicaria sua rival democrata Hillary Clinton na eleição presidencial de 2016.
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Cohen também dirá ao Congresso que Trump orientou as negociações de um projeto imobiliário em Moscou, apesar de estar concorrendo à Presidência e ter declarado publicamente que não tinha interesses na Rússia, segundo um esboço do depoimento planejado por Cohen.
No texto de sua declaração inicial planejada a um comitê da Câmara dos Deputados, Cohen chama Trump de “racista”, “vigarista” e “trapaceiro” e diz que entregará documentos que sustentam suas afirmações. O esboço do depoimento foi revelado pelo jornal “New York Times”.
Cohen diz que Trump o ordenou a pagar US$ 130 mil a uma atriz pornô conhecida como Stormy Daniels para acobertar um caso, uma violação das leis de financiamento de campanha, e que também o instruiu a mentir a respeito à primeira-dama, Melania Trump.
As acusações abrangentes de um homem que já foi um aliado leal de Trump chegam no momento em que o procurador especial Robert Mueller parece estar prestes a concluir sua investigação sobre um possível conluio entre a equipe de campanha de 2016 de Trump e tentativas russas de interferir na eleição.
Trump negou qualquer conluio entre sua campanha e Moscou, desqualifica o inquérito Mueller classificando-o de “caça às bruxas” e disse que Cohen é um mentiroso e “dedo-duro”.
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“Ele fez coisas ruins sem relação com Trump. Está mentindo para reduzir sua pena de prisão”, tuitou o presidente hoje do Vietnã, onde se encontra com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, para tentar romper um impasse sobre as armas nucleares norte-coreanas.
Ele negou ter sabido antecipadamente sobre o vazamento de e-mails do Comitê Nacional Democrata (DNC) feito pelo WikiLeaks durante a eleição.
Em seus comentários preparados, Cohen disse que estava no escritório de Trump em julho de 2016, quando Roger Stone, que descreve como um “trambiqueiro sujo” e conselheiro político de longa data de Trump, ligou para o então candidato presidencial republicano.
Segundo Cohen, Stone disse a Trump que andava conversando com o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que lhe disse que dentro de alguns dias haveria um vazamento de e-mails que prejudicaria a campanha de Hillary.