O Lenovo Group, maior fabricante de computadores pessoais do mundo, divulgou resultados trimestrais melhores do que o esperado e minimizou o impacto de uma feroz guerra comercial sino-americana.
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A empresa, com sede dupla na China e nos Estados Unidos, está otimista com o crescimento do país asiático e se concentrará no mercado premium, disse o presidente-executivo Yang Yuanqing à Reuters depois que a receita do quarto trimestre subiu para a máxima em quatro anos em uma demonstração de força em seus principais grupos de negócios.
“Definitivamente não queremos ver mais guerra comercial e tensão política. Se isso continuar, afetará a todos, não apenas a nós, mas a todas as multinacionais”, disse Yang hoje (21) em uma entrevista.
As ações da Lenovo subiram 11,4% nesta manhã, posicionando-se em seus melhores ganhos em um mesmo dia em quase 10 anos e adicionando cerca de US$ 1 bilhão ao valor de mercado.
Yang disse que a Lenovo está bem preparada para a volatilidade geopolítica e econômica, já que suas fábricas estão espalhadas pela China, Estados Unidos, Índia, Brasil, Japão e México, garantindo um fornecimento estável.
A Lenovo, que comprou os negócios de servidores e computadores pessoais da IBM, depende das Américas para 31% de sua receita total, contra 26% da China.
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O lucro líquido do trimestre foi de US$ 233 milhões, acima da média de US$ 207 milhões de 10 estimativas de analistas compiladas pelo Refinitiv, e acima de um prejuízo de US$ 289 milhões no mesmo período do ano anterior, quando a empresa sofreu um impacto único devido às reformas fiscais dos Estados Unidos.
A fabricante informou que sua participação no mercado global de PCs subiu para 24,6% e se expandiu em mercados de alta qualidade, como workstations, PCs finos e leves e PCs para jogos.
A receita total no trimestre aumentou 8,5%, para US$ 14,04 bilhões, enquanto a de seu grupo de PCs e dispositivos inteligentes subiu 12%, para um recorde de US$ 10,7 bilhões.
Yang disse que espera que o mercado de PCs se consolide ainda mais e que a Lenovo “aproveitaria oportunidades adequadas”.
Ele também disse que o grupo vê ainda mais potencial de crescimento no mercado de PCs da China, que ainda está atrasado em relação ao volume de vendas e receita da indústria norte-americana. “Isso não é condizente com nossa população”, disse o executivo, referindo-se aos mercados de smartphones e automóveis da China, que são os maiores do mundo.